A economia do Estado do Rio de Janeiro cresceu 2,4% no terceiro trimestre deste ano, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O percentual é muito acima do dado nacional que registrou um leve avanço de 0,1%. O resultado representa um recorde na atividade econômica fluminense, desde o início da série histórica iniciada pela Firjan em 2003. De acordo com a nota técnica, houve um avanço de 5% do PIB fluminense se comparado ao terceiro trimestre do ano passado.
“O resultado do terceiro trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) fluminense é bem positivo, com uma recuperação do setor de Serviços, que tem um peso na contribuição do índice. Ainda assim, o crescimento da economia do Estado do Rio está centrado na indústria extrativa e na construção como um diferencial para o estado. Apesar dos desafios que se apresentam para o próximo ano, estimamos um crescimento para a economia fluminense de 2,6%, acima da estimativa para a economia nacional (+1,5%)”, destaca o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
Responsável por mais da metade do PIB do estado, os Serviços são os grandes responsáveis pelo resultado fluminense: cresceram 4,7% frente ao mesmo período de 2022. Conforme o estudo, o crescimento é reflexo da melhora do mercado do trabalho, da renda - com a valorização do salário mínimo -, a desaceleração da inflação e os benefícios sociais.
Já o segmento da indústria cresceu 5,9%, em relação ao terceiro trimestre de 2022, puxado pela indústria extrativa (10%) e a construção civil. As obras de infraestrutura foram as principais responsáveis pelo crescimento de 6,8% da construção civil. O setor, aliás, foi o maior empregador da economia fluminense no terceiro trimestre com a criação de 9.356 postos.
Já a indústria de transformação registrou uma retração de 1,9% em relação ao mesmo período de 2022. A Firjan destaca que o aumento na produção de derivados de petróleo e biocombustível impediu uma maior retração do segmento.
Apesar do baixo dinamismo da indústria, a economia do Estado do Rio de Janeiro deve continuar a apresentar números bastante expressivos no último trimestre do ano e encerrar 2023 com uma taxa de 3,4%, superando a média nacional (3%).
O estudo destaca também que 2024 ainda será pautado por muita incerteza e instabilidade. No cenário internacional, a persistência de um ambiente de incertezas é influenciada por diversos fatores. A fragmentação da economia global, a imprevisibilidade sobre o início do período de uma política monetária mais flexível de grandes bancos centrais e o ritmo de crescimento da economia chinesa são fatores de grande impacto nas economias brasileira e fluminense e devem ser acompanhados de perto em 2024.
“No cenário nacional, a trajetória mais benigna da inflação atual e a acomodação das expectativas no centro da meta abriram espaço para o início de ciclos de cortes no país. Porém, o patamar de juros ainda elevado em 2024 deve continuar a ter impacto negativo no volume de negócios e investimentos. Aliado a isso, o cenário fiscal inspira cautela. A continuidade da redução da taxa de juros de maneira crível depende do cumprimento das regras fiscais”, alerta o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart. A nota técnica “Rio de Janeiro: Resultados e perspectivas para o PIB – 3º Trimestre” pode ser acessada no site www.firjan.com.br.
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