Nesta quinta-feira, 4, às 20h, acontece a palestra “Caminho da Mata Atlântica: Coração da Mata e a Mata no Coração das Pessoas”, com o coordenador nacional do Caminho da Mata Atlântica Chico Schnoor. O evento será na Rua Aristão Pinto, 101, Centro.
O Caminho da Mata Atlântica é uma trilha de mais de quatro mil quilômetros que percorre toda a Serra do Mar e um trecho da Serra Geral, entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A trilha tem seu limite norte no Parque Estadual do Desengano (RJ) e se estende até os cânions do Parque Nacional dos Aparados da Serra (RS).
Inspirada na Appalachian Trail norte americana, a trilha cruza mais de 130 áreas protegidas, diversas comunidades tradicionais e terras indígenas e une trilhas históricas, como o Caminho do Itupava (PR), os Caminhos do Mar (SP), o Caminho de Mambucaba (SP/RJ) e as travessia Petrópolis-Teresópolis e Lumiar-Sana, entre Nova Friburgo e Macaé. Serpenteando por montanhas e praias, a trilha passa também pelas paisagens da Ilha de Santa Catarina (SC), Ilha do Mel (PR), Ilhabela (SP) e Ilha Grande (RJ).
O Caminho da Mata Atlântica é muito mais do que uma trilha, é uma iniciativa que integra o montanhismo e o ecoturismo para promover desenvolvimento local e conservação da biodiversidade em um dos biomas mais ameaçados do mundo.
A importância da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais diversos e ameaçados do mundo, considerada um dos cinco principais hotspots de biodiversidade e reconhecida como reserva da biosfera pela Unesco e patrimônio nacional pela Constituição brasileira. Mais de 150 milhões de pessoas vivem neste bioma, ou seja, 75% da população brasileira.
Atualmente reduzida a apenas 8,5% de sua cobertura original, a Mata Atlântica tem importância decisiva para a qualidade de vida das milhões de pessoas que vivem nos 17 estados brasileiros que fazem parte dela. E tem mais: ela regula o fluxo de nascentes de água, protege escarpas e montanhas encostas, bem como preserva heranças históricas e culturais.
Apesar de toda essa relevância, continuamos explorando a Mata Atlântica de maneira exagerada e ameaçando suas riquezas. Suas regiões costeiras (como, por exemplo, a Serra do Mar) ainda são muito afetadas por diversas atividades exploratórias que ocorrem no seu território, como o desmatamento e a caça. As pressões exercidas sobre o bioma exigem ações rápidas e de forte impacto.
Sobre Chico Schnoor
Chico Schnoor, do Rio de Janeiro, já tem mais de 20 anos de atuação na Mata Atlântica, trabalhando com educação ambiental e restauração. A conexão com a floresta é tanta que desde muito pequeno ele pratica montanhismo pelos parques e montanhas do Rio e de Minas Gerais. Sempre engajado na preservação do meio ambiente, atua como voluntário em unidades de conservação desde 2003. Formado em Geografia e Meio Ambiente pela PUC-Rio, Chico também dedica seu tempo na coordenação de diversos projetos com parceiros do CMA e no fortalecimento de redes da qual esse grande projeto faz parte.
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