As trajetórias de Rafaela Silva (judô), Marcus D'Almeida (tiro com arco) e Ygor Coelho (badminton) é prova de que o esporte é uma valiosa ferramenta de inclusão e transformação social, capaz de mudar vidas. Eles fazem parte do programa Bolsa Atleta RJ, promovido pela Secretaria estadual de Esporte e Lazer, e representam o Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024.
Nascida na Cidade de Deus, na zona oeste da capital, Rafaela Silva é um exemplo ativo e fonte de inspiração para outros beneficiados por projetos sociais. Com oito anos, ela começou a praticar judô no Instituto Reação, ONG criada pelo ex-judoca Flávio Canto. Desde então, perdeu a conta de quantas oponentes levou ao chão no tatame. Primeira brasileira a conquistar medalha de ouro em Mundial de Judô (2013) e em Olimpíadas (Rio 2016), ela é reconhecida por onde passa. Aos 32 anos, mira o lugar mais alto no pódio em Paris 2024.
Em abril deste ano, Rafaela conquistou o primeiro lugar no Campeonato Pan-Americano e da Oceania de Judô, realizado no Rio, ao vencer a canadense Christa Deguchi, atual campeã mundial e número um do mundo. Atualmente, Rafaela ocupa o sexto lugar no ranking mundial e disputa lugar entre os cabeças de chave na França, na categoria até 57 quilos.
Incentivo
O programa Bolsa Atleta RJ não tem fronteira. A premissa é apoiar e incentivar o desenvolvimento do desporto e do paradesporto em todo o estado, com foco na base para revelar novos prodígios como Marcus D’Almeida. De Maricá, na região metropolitana, o arqueiro, de 26 anos, chega a Paris com status de favorito ao pódio. Número 1 do mundo no tiro com arco, o atleta ainda comemora a conquista que considera a maior da carreira - a final da Copa do Mundo, disputada no México, em agosto de 2023.
Eleito o melhor atleta masculino do país no Prêmio Brasil Olímpico, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o arqueiro apelidado de "Robin Hood Brasileiro" tem consciência de que "grandes poderes vêm grandes responsabilidades". Aos 26 anos, ele encabeça a lista de favoritos, com um único alvo na mira.
Prodígio na modalidade, Marcus conquistou três medalhas de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2014 e, no mesmo ano, foi vice-campeão da Copa do Mundo, na Suíça, quando tinha apenas 16 anos. O atleta fluminense repetiu o desempenho no Mundial de 2021 e ficou com a medalha de bronze no torneio disputado em 2023, em Berlim, debaixo de muita chuva. Às vésperas da terceira Olimpíada, ele chega forte à disputa de arco recurvo.
Marcus vive em Maricá, município que abriga o Centro de Treinamento da Seleção Brasileira de Tiro com Arco, e é um dos com 538 atletas ativos no Bolsa Atleta RJ, que concede apoio contínuo a atletas de diferentes categorias, com valores que variam de R$ 500 a R$ 5 mil, de acordo com pré-requisitos do edital.
Talento no badminton
Da comunidade da Chacrinha para o mundo. A história de Ygor Coelho tem influenciado positivamente não apenas os moradores do local, mas milhares de entusiastas de badminton. Da Associação Miratus, ONG criada por seu pai, Sebastião Coelho, nasceu o projeto que garantiu a estreia olímpica do Brasil e de Ygor nos Jogos do Rio 2016.
Após apresentar a modalidade para milhões de brasileiros há oito anos, Ygor quer continuar a fazer história em Paris. Embora tenha passado em branco nas Olimpíadas do Rio 2016, ele conquistou o carinho na arquibancada do Riocentro e levantou os torcedores nos dois jogos que disputou. No Pan-Americano de Lima 2019, faturou a inédita medalha de ouro para o país, mas, em Tóquio 2020, foi eliminado na primeira fase com uma vitória e uma derrota. Número 48 do ranking olímpico, Ygor foi beneficiado pela regra que limita o número de vagas aos Comitês Olímpicos Nacionais (CONs).
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