Notívagos podem viver menos mas não por culpa do sono

Horário escolhido para dormir não tem relação direta com a saúde, mas costuma vir acompanhado de outras opções de estilo de vida
sexta-feira, 07 de julho de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Um minucioso estudo realizado pelo Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, que acompanhou mais de 23 mil gêmeos adultos finlandeses ao longo de quase 40 anos, sugere que os notívagos têm maior risco de mortalidade prematura. 

No entanto, a causa desse aumento de risco não está relacionada diretamente ao horário do sono, mas aos comportamentos que os humanos noturnos adotam durante as horas em que a maioria das pessoas está dormindo. A pesquisa constatou que o maior consumo de tabaco e álcool entre os notívagos é o fator principal para o aumento do risco de mortalidade.

As taxas de mortalidade entre os noturnos que são “bebedores leves” e não fumantes não diferiram significativamente das taxas dos madrugadores. Isso indica que a escolha de um estilo de vida pouco saudável tem um impacto maior na saúde do que a preferência natural por ser uma pessoa noturna ou matutina.

Resumindo, a pesquisa concluiu que o cronotipo, ou seja — ser matutino, vespertino ou intermediário —, não contribui independentemente para a mortalidade. O dr. Christer Hublin, autor principal do estudo, ressaltou que o aumento do risco de mortalidade associado aos noturnos está principalmente relacionado ao maior consumo de tabaco e álcool.

Ao contrário de pesquisas anteriores que não consideraram os estilos de vida dos participantes, essa análise levou em conta fatores como consumo diário de álcool, tabagismo, índice de massa corporal (IMC) e presença de doenças crônicas. Os participantes foram categorizados como matutinos ou noturnos com base em suas respostas a questionários. A comparação entre os grupos indicou que os noturnos eram mais jovens e apresentavam um maior consumo de álcool e tabaco.

Inicialmente, os noturnos apresentaram um risco de mortalidade 21% maior do que os matutinos, mas quando fatores adicionais foram considerados, o risco geral de mortalidade excessiva nos noturnos caiu para 9%. As principais causas de morte relacionadas aos noturnos foram doenças relacionadas ao álcool e envenenamento acidental, além de mortes por câncer de pulmão e vias aéreas associadas ao tabagismo. 

Resumindo, a pesquisa destaca que os noturnos têm um risco ligeiramente maior de mortalidade prematura, mas esse risco está diretamente ligado ao maior consumo de tabaco e álcool, não ao simples fato de ser uma pessoa noturna. Portanto, é importante adotar um estilo de vida saudável, independentemente do seu cronotipo.

No entanto, cientistas afirmam que são necessários estudos mais abrangentes sobre o assunto e em diferentes países para se obter uma relação mais precisa. Segundo eles, é preciso olhar não apenas para os hábitos de sono, mas também para algumas escolhas de estilo de vida que são mais prováveis de acontecer devido a esses hábitos de sono.

Outro estudo

A Sociedade de Pesquisa do Sono de Oxford mostrou que indivíduos que vão adiando a hora de dormir têm mais sintomas de depressão e ansiedade, além de sofrerem mais risco de insônia e terem o sono prejudicado. 

Trabalhos recentes apontam que o fenômeno é mais comum em jovens entre 20 e 30 anos, que têm mais energia para encarar noitadas. Com agenda cheia, vida agitada, eles encontram na noite um momento de fazer o que não coube ao longo do dia. 

Os cronotipos determinam como cada pessoa lida com o ritmo biológico. As matutinas preferem acordar nas primeiras horas da manhã e dormir cedo, enquanto as vespertinas costumam acordar mais tarde e ter picos de produtividade à noite. Já as intermediárias conseguem se adaptar a diferentes rotinas.

O fator cronotipo de cada um influencia diretamente nas escolhas sobre a hora de dormir. Até os 18 anos, todos os seres humanos tendem ao perfil vespertino, com picos de energia durante a tarde e à noite. Já a partir dos 30 anos, segundo teoria de ontogênese (processo de formação de um ser vivo) do sono, o perfil matutino passa a ser dominante.

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