Miracema e Preguinho: legados que inspiram filhos e futuras gerações

sábado, 22 de agosto de 2020
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
O retrato de Miracema
O retrato de Miracema

Um dos mais antigos fotógrafos de Nova Friburgo, o conhecido Miracema, completou 93 anos em 23 de julho. Respeitado e querido por várias gerações de friburguenses, poucos o conhecem pelo seu nome de batismo: Ahilton de Moraes Tostes. 

 Nascido em Miracema, município do noroeste fluminense, ainda jovem, em 1948, se estabeleceu em Friburgo, onde vive até hoje. Ao se aposentar, morou por 10 anos com a irmã Dilza, em Recreio (MG). Há dois anos retornou a Friburgo onde vive com o filho Marco, e recebe todo o carinho e atenção da filha Juliana. É ela quem faz aqui um resumo da história do pai.

“Papai começou a fotografar profissionalmente no ano do meu nascimento, em 1968. Ele registrava congressos, aniversários, casamentos, bailes do Clube de Xadrez, entre outros eventos”.

O primeiro estúdio, aberto em 1974, ficava no Paissandu, depois se mudou para a Avenida Comte Bittencourt. Fazia fotos 3x4, de crianças e de famílias para álbuns, além de cenas ao ar livre, no entorno da Praça Paissandu. 

“Até hoje muitos clientes, de diferentes gerações, relembram esses momentos com meu pai, ocasiões em que eram registrados momentos importantes de suas vidas”, ressalta Juliana.

No estúdio, ele revelava as fotos PB no próprio laboratório, que “era um luxo!”. Era também um ponto de encontro de fotógrafos para troca de experiências. “Ele ajudou e incentivou muitos jovens no início de suas carreiras. Na loja do Paissandu, por exemplo, tinha até o ‘sofá do bate papo’”, conta a filha, rindo.

“Nos carnavais, ajudávamos na entrega de fotos na loja. Era eu, meu irmão Marco, a Renilde, que trabalhou no atendimento por 10 anos e é nossa amiga até hoje, o Joel, no laboratório, enfim, o estúdio tinha muito movimento.”

Aos 21, em Friburgo

“Meu pai veio para Friburgo em 1948, e se tornou fotógrafo com a ajuda preciosa do Preguinho (Daniel Marques de Oliveira) que também orientou a mim e a meu irmão. Mas, antes de ser fotógrafo, foi alfaiate, comerciante. Mantém até hoje a arte em suas veias, um dom compartilhado com seus 12 irmãos, todos com habilidades diferenciadas, entre costura, cozinha, artesanato  e fotografia”, descreve.

Entre suas características estão o perfeccionismo e uma elegância natural. Hoteis e entidades sociais eram seus clientes mais constantes. Fez registros de eventos nos hotéis Buscky, Sans Souci e Country Clube (bailes de carnaval), Unidos da Saudade, dos Rotarys, Maçonaria, colégios e escolas, fábricas, como a Rendas Arp, entre outros.

Seus clientes se tornaram amigos e ao longo de sua carreira nasceram grandes amizades. No auge de sua caminhada profissional, por volta dos 35 anos de carreira, sua agenda esteve sempre lotada. Com o prestígio em alta, encerrou as atividades em 2003.

“Papai foi um grande profissional, muito dedicado e trabalhador. Seu exemplo nos inspirou e foi natural que eu e meu irmão nos tornássemos fotógrafos”, encerra Juliana, que reside em Bom Jardim há 15 anos, mas está sempre por aqui, seja a trabalho ou para dar assistência ao pai, junto com Marco.

Daniel Marques de Oliveira, o famoso “Preguinho”

O fotógrafo friburguense Antonio Roberto Marques de Oliveira, o “Preguinho Filho”, 66 anos, também prestou uma homenagem em memória do pai: “Em 30 de julho de 1950, meu pai iniciou uma longa trajetória ali no Paissandu, fotografando casamentos, formaturas, famílias, indústrias, colégios e clubes de futebol da cidade. Um dos momentos importantes que ele registrou para a posteridade foi a inauguração da sede da Prefeitura de Nova Friburgo, em 1969, no governo de Amâncio de Azevedo. E também: a construção do Viaduto Geremias de Mattos Fontes, em 1971; os 150 anos da cidade, em 1968, e a inauguração do Hospital São Lucas.

 

 

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