Meningite: dois casos registrados em Nova Friburgo

No estado o número de pessoas com a doença neste ano já superou o total de 2021
terça-feira, 11 de outubro de 2022
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Com o fim do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, doenças que tiveram queda de registros em 2020 e 2021, voltam a crescer. Uma delas é a meningite, que teve um aumento expressivo de registro em todo o Estado do Rio, com 977 casos até agora, número maior que os 959 contabilizados ao longo de todo o ano passado. Em Nova Friburgo há dois  dois casos registrados neste ano. De acordo com a prefeitura, um dos casos é por herpes simples e o outro, meningite pneumocócica. Segundo ainda a prefeitura, os três casos notificados em 2021, foram descartados.

O que mais assusta os especialistas é que a meningite é uma doença evitável, pois as vacinas que podem imunizar contra a doença estão disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal em Nova Friburgo está em 43%.

É chamada de meningite qualquer inflamação localizada nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. E podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos e outros agentes. As meningites virais são as mais comuns e as que costumam evoluir com menor gravidade. 

Já a doença meningocócica é causada por diferentes tipos de bactérias chamadas meningococos, que podem causar meningites mais graves ou até meningococemia, a infecção generalizada causada pelo meningococo.

No Estado do Rio, entre janeiro e agosto de 2022, o número de casos de doença meningocócica aumentou 55,5% quando comparado com o mesmo período de 2021. Durante todo o ano de 2021, foram registrados 30 casos de doença meningocócica, sendo que oito pacientes morreram. Em 2022, até agosto, já há 28 notificações da doença e sete óbitos. 

Vacinas disponíveis no PNI

O Programa Nacional de Imunizações oferece diferentes tipos de vacinas que protegem contra os diversos tipos de meningite bacteriana: a vacina meningocócica C (conjugada), que previne contra o tipo C da doença meningocócica; a vacina Penta, que evita a meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae B, além de outras quatro doenças; e a vacina meningocócica ACWY, que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y do meningococo. Há ainda as meningites bacterianas causadas pelos pneumococos, cujos 10 principais sorotipos são prevenidos pela vacina Pneumocócica 10-Valente. 

A vacina meningocócica C (conjugada) é a que está no calendário vacinal brasileiro há mais tempo, desde 2010, porque o sorotipo C é o mais prevalente no país. Apesar disso, a cobertura desse imunizante para menores de 1 ano vem caindo nos últimos anos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, no Rio, em 2017, a taxa ficou em 91,32%; em, 2018, em 87,86%; em 2019, reduziu para 76,81%; em 2020, caiu para 57,12%; e em 2021, ficou em 54,49%. Em 2022, até o dia 22 de setembro, a taxa inserida no sistema estava em 36,38%. 

O esquema vacinal da meningocócica C prevê duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e um reforço, que deve ser feito preferencialmente aos 12 meses de idade. Em julho deste ano, o Ministério da Saúde ampliou a oferta da vacina meningocócica C para trabalhadores da saúde e crianças com até 10 anos de idade. Crianças entre 5 e 10 anos que nunca receberam o imunizante devem tomar apenas uma dose e os trabalhadores da saúde devem receber dose de reforço, mesmo que já tenham esquema vacinal completo.

A vacina meningocócica ACWY é prevista no calendário de crianças e adolescentes de 11 a 14 anos, e a imunização nessa faixa etária é importante para conter a circulação,  já que adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela transmissão da doença no país.

Já a vacina Penta protege contra a bactéria Haemophilus influenzae B, que também causa meningite bacteriana, além de prevenir da difteria, tétano, coqueluche, e hepatite B. O imunizante deve ser aplicado nas crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade, mas as coberturas também estão em queda: 93,49%, em 2017; 88,16%, em 2018; 55,15%, em 2019; 55,77%, em 2020; e 54,27%, em 2021. Este ano, até o dia 22 de setembro, a taxa está em 34,67%.

Vacinação continua

A baixa cobertura vacinal não está acontecendo só com os imunizantes contra as meningites. O mesmo cenário é encontrado em todas as vacinas oferecidas pelo PNI. Tanto que a última campanha de vacinação contra a Pólio e Multivacinação (18 imunizantes para atualizar as vacinas) foi prorrogada duas vezes. A prefeitura informou que, em Nova Friburgo, a cobertura vacinal contra a poliomielite é de aproximadamente 40%. 

(Foto: Agência Brasil)

“O Ministério da Saúde e o Governo do Estado orientaram que todos os municípios intensifiquem as ações de continuidade de imunização das crianças até o dia 27 de outubro. Diante disso, a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo também prosseguirá com a vacinação”, informou a prefeitura, através de nota.

Todas essas vacinas  estão disponíveis de segunda a sexta-feira nos postos de saúde do Suspiro, Olaria, Conselheiro Paulino, São Geraldo e Cordoeira. E, de forma itinerante, conforme divulgado periodicamente pela prefeitura mediante o cronograma da Coordenação de Imunização. (Fonte: Agência Brasil)

 

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