Um encontro reunindo antigos e novos personagens da cena esportiva friburguense, renovando não apenas o Conselho Municipal de Esportes, como também as esperanças pelos necessários avanços para o setor. A Conferência Municipal de Esporte, realizada no plenário da Câmara Municipal de Nova Friburgo, abordou diversos temas relevantes para o setor, e reelegeu Irene Blanck como presidente do Conselho para o biênio 2022-2024.
“O balanço é muito positivo. Passamos um período paralisado, por conta da pandemia. Em 2020 não fizemos quase nada, mas em 2019, iniciamos dia 7 de julho voltando aos textos das leis que podem fazer diferença na cidade. Um dos pilares é o Conselho, e outro é a legislação. Ambos estão presentes no artigo 650 da Lei Orgânica de Nova Friburgo. Desde 2003 nós estamos tentando implementar a Lei de Esporte, mas os governos não deram importância. A atual gestão está olhando mais, e planeja aprovar já este ano”, analisa Irene.
Durante o encontro, além da aprovação do regimento, foram apresentados os trabalhos realizados no período de 2019 a 2022. Houve ainda uma avaliação técnica e proposição para as diretrizes ao Plano Municipal Decenal do Esporte Municipal de Nova Friburgo e à Política Pública Municipal de Nova Friburgo.
“Estamos batendo muito na questão do calendário de eventos, não só esportivos, como também da cultura, turismo e outros. Conseguimos em menos de três meses aprovar um calendário para este ano. Esta foi uma grande conquista, e outra foi a questão dos produtores de eventos. Depois de uma reunião com a Vigilância Sanitária e apoio do secretário de Esportes, conseguimos o devido crédito a essas pessoas, e também profissionais de educação física. Fizemos uma assembleia pela internet, e assim fomos nos adaptando”, pontua a presidente.
O Inec/ Silvana Gym, da professora Silvana Noel, fica como representante das Associações Desportivas como titular, e o Nova Friburgo Yetis, de futebol americano, como suplente. A Associação dos Amigos e Moradores do Amparo (Assamam) continua como representantes das Associações de Moradores, e o Clube Comunitário de Conselheiro Paulino segue como titular entre os clubes sociais e esportivos legalmente constituídos, sendo o Friburguense Atlético Clube o suplente. Entre os grêmios, entidades estudantis e educacionais, a universidade Estácio de Sá é a representante.
O NBA Basquete, do Nova Friburgo Country Clube, é o titular na pasta de associações comerciais e agrícolas do município, sendo Tony Ventura o representante do órgão. Já Daniel Lage fica à frente entre as entidades marciais, e nos esportes radicais, o Caledônia Racing Baja SAE, da Uerj, que desenvolve o projeto Baja, é o titular, com a suplência da Associação Friburguense de Kart. Houve ainda a adesão do Conselho Regional de Educação Física (Cref). Dentre as entidades de esportes individuais, a Associação de Corredores Friburguenses (Ascof) é a titular, e o Clube de Tiro, suplente. Entre as academias, a Tom de Ginástica é a titular, enquanto a Apae vai representar as entidades portadoras de necessidades especiais.
“Pela primeira vez em 20 anos, saímos de uma conferência com todos os cargos disponíveis para a sociedade civil preenchidos. Já tivemos até conferências com assistências e participações maiores, mas nunca com todas as cadeiras ocupadas. Outro detalhe é que sempre aparece um esporte diferente, mesmo para gente que sempre participa e está envolvido há tanto tempo”, comemora o professor José Augusto Theodoro.
Atualmente também ocupando o cargo de subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento, Augusto, presidente da Associação de Corredores Friburguenses, alerta para a necessidade de investimentos na área esportiva no pós pandemia. O educador físico lembra da “perda” de uma geração de jovens, por conta do período inativo, e ressalta a importância da soma de esforços entre escolas, clubes, poder público para promover o que define como “renascimento” do esporte na cidade.
“Vivemos um momento de renascimento, depois de dois anos com tudo parado. Quase perdemos uma geração esportiva. Se a pessoa tinha 15 anos no início da pandemia, ela ficou fora do esporte com 16 e 17. Praticamente a maioria começa a pensar em trabalho, universidade e o esporte fica de lado. Temos que recomeçar um trabalho, com um novo grupo”, pede.
“Se a gente pensa, por exemplo, no Intercolegial, os jovens esperam a idade para participar das categorias principais, e eles perderam. E elas servem de espelho para os menores, motivam a participar. Precisamos somar esforços das escolas, clubes, poder público para fazer o esporte renascer, e ter novamente a pujança do esporte de tempos atrás. Já fizemos eventos reunindo mais de 20 modalidades, e hoje vemos o crescimento do esporte individual, pela facilidade, e a decadência do coletivo, com menos projetos para crianças e oportunidades. Essa movimentação de legislação e busca por recurso vai ser fundamental para reestruturar o esporte com eventos e projeto. O que estimula mesmo são as competições. Há muito tempo o esporte deixou de ser esporte e passou a ser saúde”, avalia.
Também debatidas durante a conferência, as leis de incentivo e busca por recurso para investir no esporte serão algumas das prioridades da nova gestão. Irene Blanck destaca a atual proximidade entre o Conselho Municipal e o executivo como trunfo para tirar os projetos do papel.
“A proposta agora, como já criamos as leis de Fundo Municipal e Incentivo, vamos nos dedicar ao Plano Municipal Decenal de Esporte e ao Sistema Municipal de Esporte, incluindo a questão do Bolsa Atleta. Estamos muito próximos da Secretaria de Esporte, e queremos ajudar a vida de Nova Friburgo, o desenvolvimento econômico da cidade, através do esporte”, detalha.
Nova Friburgo pretende avançar para a legalização do Esporte como direito social e desenvolvimento econômico local, conforme preceitua o artigo 217 da Constituição Federal, que determina caber ao estado e municípios oferecê-lo como Política Pública. A criação do Conselho Municipal do Esporte de Nova Friburgo (Comenf) em 2003 atendeu à consolidação do 1º dos pilares do Sistema Municipal do Esporte de Nova Friburgo.
“O conselho possui apenas dois papéis: trabalhar com o poder público ajudando a propor, pensar e formular os eventos, ou vai ser apenas um órgão. Em 20 anos de participação, nós já atuamos das duas formas. E hoje vivemos um momento muito bom. Estamos caminhando junto, e o governo acredita e dá espaço para o Conselho. Projetos que estamos lutando há 20 anos começam a se tornar realidade. As leis, criação de fundo, o próprio Bolsa Atleta”, resume Augusto.
O Plano Municipal de Esporte e Lazer tem por objetivo a organização e a estruturação do esporte e da atividade física no contexto municipal, bem como assegurar o direito da população à prática esportiva, conforme previsto no artigo 217 da Constituição Federal de 1988. A ideia é que a Política Pública Municipal do Esporte seja voltada para os cidadãos de todas as idades que praticam ou possam vir a praticar esporte e atividades físicas, em todas as suas dimensões, como o esporte de base, competição, alto rendimento, para desporto, recreativo, educacional ou para a melhoria da qualidade de vida, diretamente ligados ao empreendedorismo e desenvolvimento humano do município.
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