A inteligência artificial (IA) está transformando diversas áreas da sociedade, e o jornalismo não fica de fora. Com o avanço desse tipo de tecnologia, o setor tem experimentado novas formas de produção, distribuição e consumo de notícias.
A integração da IA no jornalismo levanta questões éticas, jurídicas e práticas, sendo uma delas a transparência e a necessidade de garantir que o público seja informado do recurso na produção do conteúdo jornalístico
Automação de processos, análise de grandes volumes de dados e personalização de assuntos são apenas algumas das inovações que a IA trouxe para o conteúdo jornalístico.
Historicamente, o jornalismo passou por várias revoluções tecnológicas. Desde a invenção da imprensa por Gutenberg no século 15, que permitiu a reprodução em massa de textos, até a chegada da internet no final do século 20, que revolucionou a disseminação de informações.
Apesar de polêmica, a IA é vista como mais uma destas grandes transformações, uma vez que oferece novas ferramentas e possibilidades tanto para jornalistas, quanto para as empresas de comunicação.
Além de automatizar processos, a IA também pode ser usada como apoio para análises de dados no jornalismo investigativo. Com a capacidade de processar grandes volumes de informações, os algoritmos ajudam jornalistas a identificar padrões e tendências que seriam impossíveis de detectar manualmente.
Dados
Um levantamento recente, realizado pelo grupo de pesquisa Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas da ESPM-SP, em parceria com o boletim Jornalistas & Cia, revelou que 56% dos jornalistas utilizam IA em suas atividades profissionais, embora 38,3% dos respondentes tenham expressado discordância parcial ou total com o uso da tecnologia. Ou seja, estamos em um campo dividido, onde a adoção da IA é vista tanto como uma oportunidade quanto como um desafio. Os jornalistas que adotam a IA em seu trabalho destacam benefícios como a automação de tarefas repetitivas.
Bom e mau uso
Entretanto, a integração da IA no jornalismo também levanta questões éticas, jurídicas e práticas, e uma delas é a transparência no uso de inteligência artificial e a necessidade de garantir que o público esteja ciente de quando a tecnologia é usada na produção de conteúdo jornalístico.
Um caminho para lidar com esses desafios é a partir da implementação de diretrizes para o uso de tecnologias generativas no jornalismo. Grandes empresas de comunicação, como os grupos Estado, Folha de S. Paulo e Globo já oferecem orientações para que seus profissionais utilizem a IA de forma ética.
As três organizações encorajam o uso da inteligência artificial, mas deixam claro que a ferramenta não substitui o julgamento humano nem exime o jornalista de responsabilidade pelo produto final, bem como determinam que direitos autorais sejam respeitados e que a transparência com o público deve ser prioridade.
Deixe o seu comentário