Na sessão ordinária da Câmara Municipal de terça-feira, 10, o vereador Marcinho em sua hora livre na tribuna, informou ao plenário que estava com um requerimento para apresentar ao plenário o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enfermagem. O intuito é investigar o motivo de vários profissionais deste setor da saúde, que teriam direito ao recebimento da complementação do pagamento do piso salarial da classe, repassado pelo Ministério da Saúde aos municípios e referentes ao período maio a agosto, não terem recebido.
“Precisamos de sete votos para enviar o requerimento para a presidência da Câmara. Já temos seis assinaturas dos vereadores Maiara Felício, Priscilla Pitta, Maycon Queiroz, Christiano Huguenin e Joelson do Pote, além da minha, como propositor”, informou Marcinho.
Os profissionais, que lotaram o plenário da casa legislativa, com cartazes de protesto e usando nariz de palhaço, evocaram gritos de “assina”. Mas, mesmo diante das manifestações, o número mínimo de assinaturas para o envio do requerimento da abertura da CPI da Enfermagem não foi conseguido durante a sessão ordinária. “Vamos encaminhar o documento para cada gabinete dos vereadores e dar prazo de 48 horas para que assinem”, completou Marcinho.
Profissionais viram as costas para o vice-líder do Governo
Na hora livre do vice-líder do governo na Câmara, vereador Zezinho do Caminhão, os profissionais de enfermagem presentes na sessão, ficaram de costas, como forma de protesto. E o que ele falou na tribuna surpreendeu: “Não me importo que virem as costas, porque é assim que age quando a turma não tem educação. Não é sob coação, intimidação e exposição que se consegue assinatura de CPI. Não tenho medo de perder voto. Eu jamais vou permitir ser massa de manobra. Vocês estão sendo massa de manobra porque (outros vereadores) pegam um momento oportuno para dizer que está defendendo servidor”, disse ele, sendo interrompido por várias vezes pelos gritos dos profissionais de enfermagem.
Câmara terá sessão específica para debater enfermagem
Foi aprovado durante a sessão ordinária desta terça-feira, 10, o Requerimento de Sessão Específica, de autoria do vereador Marcinho, para que a Câmara possa discutir os assuntos referentes aos servidores públicos da enfermagem da Prefeitura de Nova Friburgo. De acordo com a proposta aprovada, a Sessão Ordinária de Debate Específico será promovida na próxima quinta-feira, 19, às 18h, no Plenário Jean Bazet.
Para esta sessão serão convidados o chefe da Enfermagem do Hospital Municipal Raul Sertã, Luiz Phelipe Trindade Cidade, e o assessor de atividades especializadas do Setor de Regulação da Saúde, Caio Coelho Schueng.
Alguns profissionais receberam nesta quarta-feira
Alguns profissionais de enfermagem que atuam no município por concurso ou contrato e que não haviam recebido a complementação do pagamento do piso salarial da classe, referentes a maio a agosto, no dia 22 de setembro, tiveram os depósitos feitos em conta nesta quarta-feira, 11.
Questionamos a prefeitura sobre o número de profissionais contemplados, mas, em nota, ela respondeu que “todos os servidores que constam como aptos pelo sistema do Ministério da Saúde já receberam o pagamento, inclusive o retroativo de maio a agosto.”
Em reportagem do tele-jornal RJTV, da InterTV, exibida na noite de terça-feira, os dados passados pela prefeitura à emissora mostram que não chega a 310 o número de profissionais na lista de recebimento. E, 213 não foram contemplados pelo pagamento nesta quarta-feira.
Entre os que não receberam, estão vários que fazem parte da comissão que procurou a prefeitura, em nome dos demais para esclarecer sobre os motivos do não recebimento.
Ação trabalhista coletiva
De acordo com as lideranças da comissão dos profissionais de enfermagem, eles estiveram nesta quarta-feira,11, no Ministério Público do Trabalho para ingressar com uma ação trabalhista coletiva na Justiça. “Vamos entrar com danos morais também. Temos colegas ficando doentes com essa situação. Uma delas, com dois vínculos e sem receber de nenhum deles, teve que ser atendida na Urgência do Hospital Municipal Raul Sertã, pois teve crise de hipertensão. Estamos aguardando essa complementação desde 23 de setembro e não temos resposta. Fora o tempo que estamos perdendo tendo que correr atrás pra ter respeitado um direito que é nosso, o desgaste que estamos tendo com essa si tuação”, disse a profissional, que preferiu não se identificar.
Ela também relata que tem dois vínculos: um por concurso e um por contrato. “O vínculo do contrato eu recebi e o do concurso, nada. Nem o retroativo de maio a agosto, nem o complemento de setembro. Por que eu recebi de um vínculo e não recebi de outro, visto que não tenho problema algum de cadastro? Tenho e-mail do profissional responsável pelo cadastro, do mês de junho, falando que estava tudo certo”, relatou a profissional de enfermagem.
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