Os empresários do setor de moda íntima de Nova Friburgo, em discordância ao sistema de rodízio do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) decretado pela Prefeitura de Nova Friburgo durante a vigência da bandeira roxa, ocasionada pela circulação do coronavírus em todo o mundo, decidiram se mobilizar para um ato simbólico e silencioso nesta terça-feira, 20, em frente ao Centro de Turismo, na Praça Dermeval Barbosa Moreira.
O ato denominado “Costurando Esperança” levou para a praça, desde as 6h, pelo menos 897 cadeiras que representam o número de empresas formais do setor. Em cada cadeira foi fixada uma placa contendo o número do CNPJ de cada confecção formal em atividade no município e a quantidade de empregos que cada uma gera no município, direta ou indiretamente, totalizando em torno de 20 mil empregos diretos e mais de 18 mil empregos indiretos.
(Foto: Leitor)
A sugestão do setor é que as empresas voltem a funcionar de acordo com a capacidade de funcionários por metro quadrado e não por número de funcionários ou rodízio de CNPJ, pois muitas delas estão localizadas em galpões amplos, que não comprometem a saúde dos seus colaboradores, que têm importância capital, pois sem eles não haverá mão de obra para produzir as peças já conhecidas nacionalmente.
Para a organização do ato foram realizadas reuniões online para não gerar qualquer tipo de aglomeração. O mesmo está acontecendo durante o ato, com 12 empresários se revezando na praça. Além das cadeiras, estão sendo distribuídas cerca de duas mil máscaras em parceria com a Cruz Vermelha de Nova Friburgo, e foram colocados 20 manequins de fibra com banners contendo falas dos empresários do setor de moda íntima, sugerindo o retorno normal ao trabalho, uma vez que:
- toda empresa vem respeitando os protocolos de segurança determinados pelos órgãos de Saúde e da própria Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) como: temperatura aferida na entrada, diariamente; uso de máscara; álcool em gel; distanciamento entre funcionários de no mínimo 1,5 metro; em alguns casos até com fixação de plástico entre máquinas; touca para cabelos, entre outros itens;
- mais de 6.400 testes já foram realizados em colaboradores das indústrias para detectar a contaminação imediata caso apresente qualquer um dos sintomas e em caso positivo o afastamento é imediato;
- segundo pesquisa feita entre os próprios empresários do setor, menos de 2% das pessoas que trabalham nas confecções foram infectadas dentro da empresa;
- parceria com a Cruz Vermelha de Nova Friburgo para constante higienização dos ambientes;
- inviabilidade de solicitar que funcionários, em sua maioria mulheres, trabalhem nos fins de semana para cumprir o sistema de rodízio, uma vez que também precisam se dedicar à família, além de terem que lidar com o fato de as crianças ainda não estarem frequentando as escolas;
- de março de 2019 até o momento, os empresários já conseguem contabilizar uma queda nas vendas em torno de 40% a 50% e mais de 80% em vendas presenciais.
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