Casos de Histoplasmose em suspeita

Exames de 33 pessoas estão em análise. Todas participaram de um mutirão de limpeza do antigo orfanato, na Chácara do Paraíso, que estava abandonado
segunda-feira, 17 de outubro de 2022
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Fotos: Henrique Pinheiro)
(Fotos: Henrique Pinheiro)

Era para ser uma ação voluntária, mas se transformou em um caso de saúde pública. De acordo com informações atualizadas da Prefeitura de Nova Friburgo, há 33 casos suspeitos de Histoplasmose, conhecida como doença da caverna, no município. Todos participavam voluntariamente de um mutirão  para a limpeza do prédio onde funcionava o antigo orfanato, no bairro Chácara do Paraíso. O antigo orfanato, situado no loteamento de mesmo nome, pertence à congregação religiosa católica Joseleitos de Cristo que obteve recentemente na Justiça a reintegração de posse do imóvel na Rua Frutuoso da Silva. 

Após reassumir o antigo orfanato, voluntários ligados à Capela de São Sebastião, na Chácara do Paraíso, e membros do Seminário Dom Bosco (da congregação Joseleitos de Cristo), se reuniram para um mutirão de limpeza do prédio do antigo orfanato que estava fechado há vários anos, com a intenção de preparar as instalações para a implantação de futuros projetos sociais. A suspeita, segundo as autoridades de saúde, é de que durante a limpeza, a equipe de voluntários tenha inalado o fungo Histoplasma Capsulatum, mais comumente presente em fezes de pombos e morcegos. Esse fungo geralmente afeta o sistema respiratório.

Segundo ainda informações da Prefeitura de Nova Friburgo, dos casos suspeitos, cinco permanecem internados em hospitais privados e públicos de Nova Friburgo e do Rio de Janeiro e um está no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Na última quinta-feira, 13, as equipes da Vigilância em Saúde do município e do Governo do Estado do Rio de Janeiro foram ao local para inspecionar e coletar amostras. No dia seguinte, os profissionais voltaram ao antigo orfanato, inutilizaram as caixas d'água e interditaram o prédio para evitar que crianças utilizem o parquinho no quintal do imóvel. De acordo com a Secretaria de Saúde de Nova Friburgo, o parecer estadual está sendo aguardado para definir os próximos passos, em relação ao prédio.

Orientações para vizinhos ao antigo orfanato 

A Histoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa, nem é  contagiosa. A contaminação acontece somente pela inalação do fungo. A prefeitura está orientando a quem participou do mutirão de limpeza e pessoas que morem perto do local e tenham os seguintes sintomas: febre, calafrio, tosse seca persistente, dor no peito, fadiga, palidez, falta de ar, sudorese noturna e perda de peso, devem procurar inicialmente o posto de saúde Sílvio Henrique Braune, no Suspiro. A prefeitura também informou que os agentes de combate à endemias estão realizando o trabalho de conscientização e busca ativa de possíveis outros casos no município. 

A presença do fungo Histoplasma Capsulatum costuma acontecer em grutas, cavernas, pombais, galinheiros, ocos de árvore, poleiros, telhados ou construções antigas. Também costuma atingir agricultores, paisagistas, jardineiros, pessoas que trabalham na construção civil, com a criação de aves e o controle de pragas. Em relação ao tratamento, na maioria das vezes, a cura acontece de forma espontânea. Quando necessário, o uso de medicamentos antifúngicos é indicado.

Como fazer a prevenção

Não existem medidas específicas para conter a disseminação do fungo Histoplasma Capsulatum, que transmite a doença. A prevenção está diretamente ligada aos cuidados pessoais de higiene e com a limpeza dos lugares onde o fungo possa proliferar. Portanto, confira algumas sugestões:

  • Molhe as fezes das aves ou morcegos antes de: limpar o lugar onde foram depositadas, de lidar com terra de canteiros ou vasos, ou de exercer atividades em áreas que possam ter entrado em contato com excrementos desses animais. Isso ajuda a evitar que os agentes infectantes sejam liberados e flutuem no ar que será inalado por pessoas próximas;

  • Pense que alimentar pombos e outras aves em lugares públicos pode funcionar como agravante para a disseminação do fungo que transmite a histoplasmose em determinadas regiões;

  • Não sendo possível evitar os ambientes que facilitam a exposição aos esporos do Histoplasma Capsulatum, que são muito leves e flutuam no ar, o recurso é utilizar máscaras faciais e luvas descartáveis para dificultar sua penetração no organismo dos hospedeiros;

  • Redobre a atenção e ponha em prática as medidas preventivas necessárias se, de algum modo, mantém proximidade com profissões (funcionários de empresas de limpeza pública e privada, de aviários, granjas ou produção de ovos, por exemplo), assim como com certas atividades de lazer (exploração de cavernas etc.), porque partículas de poeira provenientes do solo contaminado e a exposição prolongada ao fungo, aumentam o risco de contrair a infecção. (Fonte: Ministério da Saúde) 

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