Desde que a Rússia começou a ameaçar invadir a Ucrânia, os líderes de diversas religiões se juntaram em orações pela paz. E, com a eclosão da guerra entre os dois países do Leste Europeu, no dia 24 de fevereiro, o mundo assiste estarrecido às imagens e vídeos chocantes de feridos e mortos pelos ataques, de ucranianos fugindo do país, deixando tudo para trás, de prédios, escolas e hospitais bombardeados, de total destruição. São cenas de cortar o coração. Além disso, ainda há o temor do conflito se expandir para outros países, as consequências econômicas e sociais ao redor de todo o planeta.
E, nesses momentos, tudo o que resta a quem crê no poder de um Ser Superior, independente de religião, é unir forçar e clamar pelo fim da guerra e de tanto sofrimento entre as pessoas no mundo. Chega de violência! Veja o que as principais denominações religiosas propõem aos seus seguidores em Nova Friburgo.
IGREJA CATÓLICA
Comunidades da Diocese de Nova Friburgo rezam pelo fim da guerra
Na Diocese de Nova Friburgo, desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as paróquias iniciaram uma grande rede de oração e intercessão pelo fim do conflito e o restabelecimento da paz. A iniciativa acontece nas diferentes comunidades dos 19 municípios que compõem a Diocese, são eles: Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Sumidouro, Bom Jardim, Carmo, Duas Barras, Cordeiro, Cantagalo, Macuco, São Sebastião do Alto, Itaocara, Santa Maria Madalena, Trajano de Moraes, Conceição de Macabu, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Carapebus e Quissamã.
Em 27 de fevereiro, o bispo diocesano de Nova Friburgo, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, celebrou missa na Catedral São João Batista, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, em intenção pela paz mundial. Neste dia, Dom Luiz conclamou os fiéis católicos a unir-se ao Papa Francisco, em oração. Na ocasião, o bispo de Nova Friburgo motivou os fiéis a atenderem à convocação do papa aos cristãos, para fazerem da Quarta-feira de Cinzas, último dia 2, um dia de jejum e oração pela paz, sobretudo pelo povo ucraniano.
Falando a respeito da guerra entre Rússia e Ucrânia, Dom Luiz Ricci desejou que “os acontecimentos do mundo transcorram com paz”, e mencionou um trecho da oração de São Francisco: ‘Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz’. Ainda nesta mesma celebração, o bispo lembrou aos fiéis que a paz é “filha da justiça e do perdão”.
Já na Missa da Quarta-feira de Cinzas, também realizada na Catedral, o bispo destacou o tema da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma (tempo de preparação dos fiéis para a Páscoa) de 2022: ‘Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos’, extraído da Bíblia, do livro de Gálatas (6, 9-10a). Durante a cerimônia, Dom Luiz Ricci afirmou. “Nunca podemos ser a favor da guerra e da violência”.
Neste mesmo dia, nas 60 paróquias da Diocese e em algumas capelas, houve a Missa de Cinzas tendo como intenção maior a paz no mundo e o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia. Em diferentes localidades são muitas as iniciativas de oração, sobretudo clamando pela intercessão de Nossa Senhora Rainha da Paz. O pedido pela paz é intenção constante nos grupos do Terço dos Homens e das mulheres, reuniões do Movimento Caminhada de Emaús, além das Santas Missas, seja uma oração própria, seja na oração dos fiéis ou rezando uma Ave Maria.
IGREJA MARANATA
Pastores oram para que líderes mundiais tenham sabedoria e humildade
De acordo com o pastor Renato Fernandes Gonçalves, os fiéis da Igreja Evangélica Maranata estão unidos em orações pelos chefes das nações. “Esta guerra específica não é uma guerra de povos, pois os ucranianos e russos não são povos inimigos, mas é a guerra de um homem, que se isolando no seu poder, tem a probabilidade de estar no surto de seu ego. Portanto, é importante demais a prática da oração para que quem está governando saia da loucura e o povo fique em paz”, disse ele.
Todos os membros receberam o pedido para que orem meditando os versículos da Bíblia, extraídos do Livro de Timóteo, que dizem “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus: Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade; Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem; O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.”
ESPIRITISMO
A paz no mundo começa com a paz interior de cada um, adquirida através da evolução.
A membro do Centro Espírita Caminheiros do Bem, Ana Maria Melo, responsável pela coluna Mensagem Espírita, publicada todas as quartas-feiras nas edições impressas de A VOZ DA SERRA, Deus explica que, domando as paixões e a predominância da natureza animal, é possível viver em mundo sem guerras.
“O Livro dos Espíritos, na questão 742, Allan Kardec pergunta à Espiritualidade "Qual é a causa que leva o homem à guerra?" e os dignos Benfeitores respondem que é a "predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das paixões...". A resposta nos leva à reflexão sobre a existência como um processo lento e gradativo de evolução que percorremos ao longo da história da humanidade. De aprendizado em aprendizado, vamos "domando as nossas más inclinações".
As batalhas destrutivas perdem o sentido; o domínio sobre o outro se torna um traço de uma personalidade imatura e desinteressante; a dor do próximo, filho do mesmo Pai, é a nossa dor. Damos, então, o real sentido à vida; buscamos solucionar desafios unindo a inteligência aos nobres sentimentos conquistados. Os Espíritos sábios, na questão 743, afirmam que a guerra desaparecerá da Terra quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus; então todos os povos serão irmãos”, explica Ana Maria.
Para o espiritismo, só pode ser pacificador o homem pacífico e é importante que o homem colabore com o trabalho dos bons Espíritos, sob a coordenação do Mestre Jesus; exalando vibrações de serenidade, esperança, concórdia, perdão. “Manter hábitos saudáveis como a prece; a boa conversação, usando palavras que não firam os corações que nos cercam, levando o esclarecimento espiritual que liberta; desculpando os atos falhos de nossos familiares e amigos, assim como nós carecemos de suas desculpas e entendimento; nutrir a confiança plena na misericórdia do Altíssimo por nós que nunca nos desampara… Façamos a nossa pequena parte! Sejamos pacíficos e pacificadores! Unamo-nos como uma grande família universal para atravessarmos esse momento que passará e ficará, um dia, no pretérito histórico da humanidade de nosso planeta”, reflete Ana Maria.
IGREJA MESSIÂNICA
Dois encontros diários de orações pela paz, altruísmo e equilíbrio do planeta
Os membros da Igreja Messiânica seguem a filosofia de Mokiti Okada, que tem o objetivo de despertar a humanidade, alertando-a para a realidade em que se encontra. Ela cultiva o espiritualismo e o altruísmo, faz o homem crer no invisível e ensina que existem espírito e sentimento não só no ser humano, mas também nos animais, nos vegetais e nos demais seres. A prática do Johrei, o desenvolvimento da agricultura natural e a promoção do Belo são práticas básicas da filosofia de Mokiti Okada, capazes de transformar as pessoas materialistas em espiritualistas, e as egoístas em altruístas, restituindo ao planeta seu equilíbrio original.
Em São Paulo fica um dos maiores espaços para contemplação da natureza e meditação existentes no Brasil, dedicado aos cultos da Igreja Messiânica Mundial: o Solo Sagrado de Guarapiranga, que está e continuará iluminado por tempo indeterminado com o branco da paz, externando o desejo de que a paz se estabeleça no mundo e no coração de todas as pessoas. Os membros da Igreja Messiânica também são chamados a se unir em orações, diariamente, às 8h30 e às 18h, nas igrejas, Johrei Centers, como o de Nova Friburgo ou pela internet.
Com mais de 500 unidades no Brasil e 1,8 milhão de seguidores, a Igreja Messiânica acredita que “o homem tornou-se prisioneiro de uma ambição desmedida e inconsequente, movido pelo materialismo, que o faz acreditar apenas naquilo que vê, e pelo egoísmo, que o leva a agir de acordo com sua própria conveniência. E vem destruindo o equilíbrio do planeta, criando, para si e seus semelhantes, desarmonia e infelicidade. O objetivo final da Filosofia de Mokiti Okada é reconduzir a humanidade a uma vida concorde com a Lei da Natureza e construir uma nova civilização, alicerçada na verdadeira saúde, na prosperidade e na paz."
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