No dia de abertura do período de cadastramento do Pix, nesta segunda-feira, 5, alguns aplicativos de bancos registraram instabilidade e até mesmo saíram do ar. Segundo o Banco Central, perto das 12h30 o Pix chegou ao marco de 1 milhão de “chaves Pix” cadastradas.
O Banco Central confirmou que a quantidade de acessos simultâneos gerou instabilidade nos aplicativos de alguns bancos e afirmou que os serviços estão sendo normalizados.
Nas redes sociais, alguns clientes do Itaú relataram dificuldade para acessar o aplicativo da instituição. O banco admitiu que teve problemas, mas ressaltou que eles não foram causados pelo cadastro das chaves.
“O Itaú Unibanco esclarece que o acesso ao app para clientes pessoa física já está sendo restabelecido. O banco pede desculpas a seus clientes por qualquer inconveniente e segue atuando para eliminar qualquer instabilidade que ainda possa ocorrer. Vale lembrar que o acesso ao Itaú via internet banking, agências, caixas eletrônicos e centrais de atendimento está funcionando normalmente”, afirmou o banco em nota.
Já a fintech Nubank afirmou que as operações já foram normalizadas. “Hoje (segunda-feira) de manhã, alguns clientes encontraram oscilações no carregamento das informações no aplicativo do Nubank, mas as operações já foram normalizadas”, disse em nota.
É importante ressaltar que além do Pix, esta segunda-feira, 5, também é o quinto dia do mês, data comum para o vencimento de contas e pagamento de salários.
O que é o Pix
O novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), o Pix, previsto para começar a funcionar em novembro, começou a ser testado nesta segunda, permitindo a clientes registrar chaves digitais de endereçamento para enviar ou receber recursos em 644 instituições financeiras. Segundo o BC, essas chaves são um “método fácil e ágil” de identificação do recebedor. Desta forma, o pagador não precisará de dados como número da instituição, agência e conta para fazer uma transferência bancária.
Para cadastrar a chave, basta acessar o aplicativo da instituição em que tem conta e fazer o registro, vinculando a uma conta específica uma das três informações: número de telefone celular, e-mail ou CPF/CNPJ. As informações serão armazenadas em uma plataforma tecnológica desenvolvida e operada pelo BC, chamada Diretório Identificador de Contas Transacionais (DICT), um dos componentes do Pix.
Anteriormente previsto para iniciar em 3 de novembro, o registro das Chaves Pix foi antecipado para que os clientes e as instituições tenham mais tempo para se familiarizar com o novo sistema. Estarão disponíveis antecipadamente todas as funcionalidades para a gestão das chaves, como registro, exclusão, alteração, reivindicação de posse e portabilidade. As regras específicas constam de regulamento publicado pelo BC em agosto.
Neste período antecipado, a participação das instituições financeiras e de pagamentos no registro das chaves ocorre de forma facultativa. O único pré-requisito exigido é a conclusão bem-sucedida da etapa de homologação.
Como funciona
O Pix funcionará 24 horas por dia, em qualquer dia da semana e reduzirá para dez segundos o tempo de liquidação de pagamentos entre estabelecimentos com conta em bancos e instituições diferentes. As transações poderão ser feitas por meio de QR Code (versão avançada do código de barras lida pela câmera do celular) ou com base na chave cadastrada.
A nova ferramenta trará agilidade em relação a sistemas atuais de pagamento, como a transferência eletrônica disponível (TED), que leva até duas horas para ser compensada, e o documento de ordem de crédito (DOC), liquidado apenas no dia útil seguinte. O Pix pode substituir a TED e/ou o DOC, que hoje podem custar mais de R$ 15, dependendo do pacote de serviços do correntista. O impacto potencial dessa mudança, porém, vai muito além da isenção do custo das transferências. O PIX poderá substituir os boletos bancários e mudar a experiência de consumo no débito e em dinheiro em espécie.
No caso de empresas, a plataforma traz vantagens em relação ao pagamento por cartão de débito. Isso porque o consumidor pagante não precisará ter conta em banco, como ocorre com os cartões. Bastará abastecer a carteira digital do Pix para enviar e receber dinheiro.
“O Pix traz a revolução das transferências bancárias. Sem o intermédio de uma câmara de compensação, o Pix facilitará muito a vida, não só das empresas, como de todos os consumidores. A novidade vai alavancar o mercado das moedas digitais reduzindo riscos envolvidos com cartões, folhas de cheque e papel moeda, tanto nas transações, e até mesmo com a diminuição da exposição ao contato, se trata, portanto de uma ferramenta revolucionária, que traz segurança e baixo custo aos usuários”, pontua Ivan Laerte Morch, gerente geral da agência do Banco do Brasil em Nova Friburgo.
A plataforma poderá trazer prejuízos ao mercado das maquininhas de cartões, às bandeiras de cartões e às processadoras, que prestam serviços operacionais ligados aos cartões e às transações. “O Pix chega para revolucionar a maneira como fazemos pagamentos e, principalmente, a forma como eles são processados. Por ser um sistema de pagamentos instantâneos, criado pelo Banco Central, promete funcionar 24 horas por dia oferecendo mais agilidade às operações, mais autonomia aos clientes e menos custo no processamento das transações. Resumindo, com o Pix: Piscou, pagou!”, afirma Jackelyny Saraiva de Oliveira, supervisora da agência do Sicoob em Nova Friburgo.
A modalidade, no entanto, não será gratuita para pessoas jurídicas. Ela terá um custo, porém muito menor do que os praticados atualmente. Outra capilaridade da plataforma é poder atrair e atender clientes potenciais que hoje estão fora do sistema financeiro, os chamados "desbancarizados", que não possuem conta corrente ou cartão de crédito ou débito.
Cronograma
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5 de outubro: início do processo de registro de chaves de endereçamento;
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3 de novembro: início da operação restrita do Pix;
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16 de novembro: lançamento do Pix para toda a população.
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