Idealizado há seis anos em Nova Friburgo através da Caravana Cultural da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o projeto Apagando Cicatrizes tem a finalidade de amenizar os impactos visuais causados pela tragédia climática de 2011. Desde então, vários muros de contenção foram construídos nos locais afetados por deslizamentos de encostas. Essas construções de concreto armado se assemelham a grandes cicatrizes despertando nos moradores lembranças de episódios de dor e tristeza.
Em meados de junho, os grafiteiros conseguiram dar início ao painel que fala das flores de Vargem Alta, primeira e maior produtora de flores de corte do estado e segunda maior do país, na Rua Augusto Spinelli — Centro. O projeto, que visa contribuir com o bem estar, o resgate da autoestima e a valorização da cidade e da população, tem o intuito de minimizar o impacto visual que essas contenções causam na paisagem através da técnica de muralismo, transformando as contenções em painéis narrativos em grande escala, que além de decorar o local levará conteúdo e informações aos espaços escolhidos.
Apagando Cicatrizes fala sobre as potências da cidade e sobre fatos históricos, como o painel do Espaço Arp sobre a "noite do quebra lampiões". O do Crescente Gastronomia é sobre a história da casa, já que o espaço onde hoje funciona o restaurante, era conhecido como “a casa dos amores-perfeitos."
Ela pertencia a um juiz, que tinha um jardim de amor-perfeito. Em um gesto de gentileza, ele tinha o costume de entregar uma flor para as pessoas que passavam em frente à sua residência.
O projeto é de autoria do artista plástico e muralista Robson Sark e o artista Maicon Tosth Ban faz uma participação no painel da rua Augusto Spinelli. É importante salientar que o projeto possui autorização da Prefeitura e que os próprios artistas arcam com os custos da aquisição das latas de tinta e outros materiais. Por isso, qualquer ajuda da população e dos empresários é bem-vinda para que o projeto continue colorindo e trazendo arte para Nova Friburgo.
“Pra gente está sendo bem gratificante conseguir dar mais esse passo e movimentar a arte nesse painel depois de tanta luta com a prefeitura para conseguir a autorização. Está sendo bem prazeroso executar, com o nosso próprio material, essa primeira fase do projeto”, revela Sark.
“A ajuda não precisa ser necessariamente financeira. Quem quiser comprar tinta e nos entregar, se tiver meia lata de tinta em casa que não precise mais, alimentação, pode ser qualquer coisa que realmente ajude no dia a dia mesmo”, complementa Natasha Gomes, que integra a equipe do projeto.
Além de tirar esse cinza que remete à tragédia e trazer uma vida aos muros da cidade, essa novidade traz a possibilidade de interação com todas as classes sociais, trazendo acesso à cultura e arte. Quem quiser acompanhar de perto o projeto e saber um pouco mais, é só acessar o Instagram @apagando_cicatrizes.
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