A Síndrome de Down (SD) ou Trissomia do 21 é a alteração cromossômica mais comum entre os humanos. No Brasil, a cada 600 e 800 nascimentos nasce uma criança com SD, sendo a principal causa de deficiência intelectual na população.
A criança com SD apresenta características físicas específicas. Além das características fenotípicas, indivíduos com SD podem apresentar: cardiopatias congênitas, alterações auditivas, endocrinológicas, neurológicas e hematológicas.
A estimulação deve ser precoce e multiprofissional, iniciando assim que a situação de saúde da criança permitir, com o objetivo de auxiliar a aquisição dos marcos motores, psicológicos e sócio-afetivos.
A maior parte das crianças com SD terão hipotonia generalizada e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. O atraso na aquisição de habilidades motoras dificultam a interação com o meio ambiente, que por sua vez reduzem a exploração desse espaço gerando déficits de sensações e vivências, dificultando a seleção e a integração sensorial das informações recebidas, comprometendo as habilidades funcionais e cognitivas.
O trabalho de estimulação de linguagem na criança com SD não difere muito da intervenção em crianças com atraso de linguagem. Sabe-se que na criança com Down o desenvolvimento cognitivo ocorre de maneira mais eficiente do que o desenvolvimento de linguagem.
Durante o desenvolvimento da linguagem apresentam uma melhor compreensão do que expressão oral, sendo assim fazem uso de gestos como meio de comunicação. Quando iniciam a comunicação por meio da linguagem oral é possível observar alterações de fala que comprometem a compreensão do ouvinte, que podem acontecer devido as alterações fonológicas, motoras e estruturais.
Pessoas com Down apresentam déficit intelectual, o que torna o processo de aprendizagem mais lento e trabalhoso, pois aprendem em um ritmo diferente, sendo imprescindível uma boa inclusão escolar/adaptação curricular.
Assim como qualquer pessoa, eles têm seu próprio ritmo de aprendizagem, suas peculiaridades e desejos, também brigam, choram, teimam, irritam-se.
Ao lado da criança com SD existe uma família aflita que anseia por um futuro de oportunidades e independência para ela. Embora falar corretamente, ler e escrever sejam demandas sociais, o principal objetivo é prepará-los para a vida com o máximo de autonomia possível, não importa se vão ler, escrever, o que eles mais precisam é serem independentes e felizes.
*Cláudia Mayne de S.Novaes é fonoaudióloga
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