A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, em diversas entrevistas, não se cansa de chamar atenção para o avanço da influenza no país e reforça a importância da vacinação, especialmente para os grupos mais vulneráveis. “Influenza mata, leva à internação e pode deixar sequelas graves, sobretudo entre os idosos”, vem alertando, desde que um surto de gripes vem se espalhando pelo país.
(Foto: Divulgação Fio Cruz)
E como faz há mais de cinco anos, desde a pandemia da Covid-19, ela repete, incansavelmente, em todas as suas entrevistas, que ‘tomar a vacina não causa gripe. Pelo contrário, o imunizante fortalece o organismo e aumenta a imunidade”.
A pandemia de covid alçou Margareth Dalcolmo a uma das principais vozes da ciência no combate às doenças, que podem ser evitadas, enfatizando a importância da vacinação como a única solução para proteger a saúde pública. Ela tem criticado a falta de acesso a vacinas no Brasil e destaca o avanço da influenza, reforçando a necessidade de vacinação, especialmente para grupos vulneráveis.
Da mesma forma, o médico oncologista e infectologista, Drauzio Varella, é outra voz ativa na luta pela vacinação em massa, e a favor da informação e de campanhas efetivas. Para ele, manter as vacinas em dia é primordial para prevenção de doenças infecciosas e possíveis complicações, especialmente após os 50 anos.
“A vacinação é uma das estratégias mais eficazes para preservar a saúde da população. A imunização reduz o risco de doenças graves e ajuda ainda a diminuir a disseminação de agentes infecciosos, protegendo inclusive as pessoas que não podem ser vacinadas por algum motivo de saúde.
Em pessoas idosas, a vacinação tem como objetivo protegê-las de doenças infecciosas potencialmente graves, diminuir o risco de infecções graves pela presença de comorbidades e evitar a descompensação de doenças crônicas por causa das infecções. Além disso, a imunização é importante para melhorar a qualidade e aumentar a expectativa de vida”, explica.
O número de pessoas idosas têm aumentado. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), estima-se que nas Américas, em 2030, uma em cada seis pessoas terá 60 anos ou mais, e a população acima dos 60 anos deve ultrapassar a de pessoas com menos de 15 anos. No Brasil, o número de idosos cresceu mais de 57% em 12 anos, entre 2010 e 2022, de acordo com o Censo Demográfico 2022.
“Quando falamos em longevidade, queremos falar em longevidade e uma vida saudável. Esses anos a mais que teremos, nós temos que viver de uma forma muito mais saudável. E com isso, a gente precisa contar com uma proteção extra que é a prevenção através das vacinas e da vacinação para determinadas doenças. Sabemos que a partir dos 50 anos o risco de imunossenescência (diminuição da resposta imune) é maior, e com isso nos tornamos mais vulneráveis a ter infecções mais graves, daí a importância da vacinação”, reitera a infectologista Rosana Richtmann.
“Além do risco de morte no idoso, a gente sabe que diversas infecções podem levar a sequelas que vão piorar a qualidade de vida do indivíduo. Então, esses anos vividos a mais espera-se que sejam anos prazerosos, vividos com saúde, com alegria, e não anos de sofrimento, dependências e sequelas do que pode ser evitado através da imunização”, completa a pediatra Mônica Levi.
A dra. Rosana destaca que a pandemia de covid-19 mostrou a importância de estar protegido e saudável, especialmente em idades mais avançadas.
“Eu espero que o exemplo da pandemia sirva como um exemplo de conscientização da importância de você ter a sua vacinação em dia, independentemente de qual fase da vida você esteja. Existem hoje calendários para prematuros, crianças, adolescentes, gestantes, adultos, idosos, ou seja, uma série de situações com calendários específicos e vacinas específicas”, reafirma.
“Sem dúvida, a covid veio se somar nas doenças que mostram o impacto desproporcional para o idoso, como as outras infecções respiratórias. A gente vê que podem afetar qualquer faixa etária, mas os idosos têm um risco de complicações, de internação e número de óbitos maior. Devemos vacinar todas as faixas etárias, desde o nascimento até a terceira idade, sem passar por nenhuma fase da vida onde não se necessite de vacinas. Essa ideia de que vacina é coisa de criança, ficou no passado”, frisou Mônica Levi.
No site do Ministério da Saúde, é possível acessar os calendários de vacinação recomendados para cada faixa etária.
(Fonte: Portal Drauzio Varella)
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