Apesar de uma parcela considerável de brasileiros ainda estar desprotegida, entre outros motivos, por viver em municípios que não atingiram a meta de cobertura vacinal, há bons indícios de que a melhora da cobertura nacional, que se iniciou em 2022, segue uma tendência de alta.
Dados do Ministério da Saúde sobre 2024 mostram que duas vacinas conseguiram atingir a meta do PNI no ano passado: a BCG, com 95,85%, e a primeira dose da tríplice viral, com 95,5%. Entre as demais, a dose contra a hepatite B foi a que chegou mais perto, com 94,04% do público-alvo protegido.
Para Luciana Phebo, chefe de Saúde do Unicef no Brasil, os dados mostram que “após anos de queda nas coberturas vacinais infantis, o Brasil tem avançado na retomada da vacinação, com importantes conquistas em diversas regiões do país”. A mesma avaliação faz a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai:
“Ainda temos muito a fazer, mas melhorou bastante. Tivemos várias ações, desde busca ativa das pessoas, estratégias locais, campanhas em escolas. Acredito que o grande desafio hoje é a informação. Nem todo mundo sabe onde vacinar ou fica sabendo de uma eventual campanha”, completa Ballalai.
Para ela, a desinformação é um ponto importante, mas que não é central quando o assunto é a hesitação vacinal no Brasil. Ela cita que pesquisas mostram que é baixo o percentual de brasileiros que deixam de se vacinar voluntariamente.
“A desinformação sempre foi muito mais forte no exterior, nos Estados Unidos e na Europa. Aqui, entraves maiores vão desde acesso até conveniência, que é quando não cabe na agenda, por exemplo. Quando se tem uma percepção alta de risco, a vacinação acontece. Mas só dizer que a doença é grave não adianta. Se a pessoa não consegue enxergar o risco, é difícil de ela tomar uma atitude”, ressalta a diretora.
Outro desafio são as desigualdades regionais ou estaduais. Mesmo em unidades da federação com índices altos de vacinação, há discrepâncias significativas entre os municípios. No Amazonas, Pará, Maranhão e Rio Grande do Sul, a cobertura pode ir de 95% a menos de 50%.
O Brasil possui um dos maiores e mais completos programas públicos de imunização do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS). O programa oferece diversas vacinas gratuitas para crianças, adolescentes, adultos e idosos, abrangendo um amplo espectro de doenças preveníveis. É fundamental manter a carteira de vacinação atualizada para garantir a proteção individual e coletiva. Para encerrar, fica a dica do PNI: “Vacinar é proteger!”
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