Nesta quinta-feira, 27, foi celebrado o Dia da Mata Atlântica, e o Governo do Estado do Rio de Janeiro aproveitou a ocasião para difundir uma campanha de alerta sobre a necessidade de preservação das áreas verdes fluminenses. No Estado, Nova Friburgo se destaca como um dos municípios com maior cobertura vegetal nativa, abrangendo grande parte da área territorial do Parque dos Três Picos. O município, no entanto, também tem sido alvo de agressões constantes ao bioma, com desmatamentos recorrentes e queimadas, principalmente nos meses de outono e inverno, quando é comum períodos mais longos de estiagem. No ano passado, inclusive, o Corpo de Bombeiros, chegou a montar uma base na região para monitoramento e combate ao fogo em áreas atingidas por queimadas.
“A Mata Atlântica é de enorme importância para o Estado do Rio. Estamos incorporando novas tecnologias de monitoramento que ao mesmo tempo possibilitam a resposta dos órgãos ambientais com mais rapidez e eficácia, também fortalece a capacidade do Rio de Janeiro na prevenção e combate a crimes ambientais. Tudo é feito com muito diálogo e inteligência, em uma grande colaboração entre secretarias e órgãos do Governo”, disse o governador Cláudio Castro em cerimônia que celebrou o Dia da Mata Atlântica.
As ações do Governo do Estado em parceria com as prefeituras têm ocorrido em diferentes níveis, que buscam combater o desmatamento, conservar e fiscalizar as áreas verdes fluminenses, além de recuperar locais desmatados. Um exemplo é o projeto Conexão Mata Atlântica, que atua em áreas prioritárias no Estado do Rio de Janeiro. A iniciativa destina, desde 2017, mais de R$ 4,2 milhões a 285 produtores rurais prestadores de serviços ambientais, reconhecidos por desenvolverem ações de conservação de florestas nativas, restauração e conversão produtiva de áreas com baixa produtividade.
O projeto conduzido pela Secretaria estadual do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), por meio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e pela Secretaria estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-Rio) já atua em seis municípios das regiões sul, norte e noroeste do Estado e deverá chegar também à Região Serrana. As ações destinam-se à manutenção dos fragmentos florestais de Mata Atlântica.
“A Mata Atlântica, além de sua riquíssima biodiversidade presente em um enorme cinturão verde que corta o Rio de Janeiro, cumpre um papel fundamental para a sociedade. As florestas são essenciais para a proteção de encostas, prevenção de enchentes, regulação do clima e para prover água em quantidade e qualidade para a população, indústria e agricultura”, ressaltou Thiago Pampolha, secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade.
Olho no Verde
Desde janeiro deste ano, a Secretaria estadual do Ambiente retomou o projeto Olho no Verde, que monitora via satélite os desmatamentos de florestas em todo o Estado do Rio em uma área de aproximadamente dez mil quilômetros quadrados. Inaugurado em 2016, o projeto reúne informações estratégicas para subsidiar e orientar o combate ao desmatamento ilegal no Estado do Rio de Janeiro.
“O Olho no Verde fornece dados com inteligência e estratégia. Isso permite que os fiscais do Inea realizem suas ações de fiscalização com todas as informações que precisam”, contou Roberta Brasileiro, coordenadora de Gestão de Ecossistema da Secretaria do Ambiente. As pesquisas científicas em prol da recuperação, conservação e preservação da biodiversidade fluminense por parte da Secretaria do Ambiente e do Inea levaram a descobertas botânicas recentes em unidades de conservação estaduais. Trata-se das espécies Pleroma hirsutissimum, uma planta de um metro de altura com flores roxas que não era vista na natureza desde 1982 e Chionanthus Fluminensis. A árvore ameaçada de extinção é exclusiva do Rio de Janeiro, tem três meses de altura e dá um fruto azul escuro, o que a fez ser batizada popularmente como "Azeitona da Mata Atlântica".
As descobertas dessas espécies são um exemplo do esforço conjunto para a preservação da Mata Atlântica, que se tornou possível graças ao diálogo dos órgãos e secretarias do Governo do Rio de Janeiro com o Instituto Chico Mendes, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Instituto Brasileiro do Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com auxílio do Fundo Mundial para o Meio Ambiente, a Funbio e a WWF-Brasil.
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