Varíola dos Macacos: Brasil tem média de até 50 casos da doença por mês

Dados foram divulgados nesta semana pelo Ministério da Saúde
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles)
(Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles)

Em agosto de 2022, quando houve o pico da doença mpox, também conhecida como varíola dos macacos, no Brasil, foram contabilizados mais de 40 mil casos. Um ano depois, em agosto de 2023, o total caiu para pouco mais de 400 casos. Agora, em 2024, o maior número de casos foi registrado em janeiro: mais de 170. Por fim, neste mês, a média de casos se mantém entre 40 a 50 novas infecções. O número é visto pelo Ministério da Saúde como “bastante modesto, embora não desprezível”.

“Sem absolutamente menosprezar os riscos dessa nova epidemia, o risco de pandemia, o que trago do Brasil não é ainda um cenário que nos faça temer um aumento abrupto no número de casos”, avaliou o diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da pasta, Draurio Barreira, nesta terça-feira, 13, ao relatar a situação epidemiológica da mpox no Brasil.

Números

Dados do ministério apontam que, entre 2022 e 2024, o Brasil registrou quase 12 mil casos confirmados e 366 casos prováveis de mpox. Há ainda 66 casos classificados como suspeitos e um total de 46.354 casos descartados. Os números mostram o seguinte perfil epidemiológico das infecções por mpox no Brasil: 91,3% dos casos se concentram em homens, sendo que 70% dos diagnosticados com a doença têm entre 19 e 39 anos. A idade mediana definida pela pasta é de 32 anos, com idades variando de 27 a 38 anos. Além disso, 3,7% dos casos foram registrados na faixa etária até 17 anos e 1,1%, entre crianças de até 4 anos.

“Entre as mulheres, observa-se um número dez vezes menor do que entre os homens. Cerca de mil mulheres, também na faixa de adulto jovem”, destacou Draurio. Do total de casos confirmados e prováveis para mpox no Brasil, 45,9% declararam que vivem com HIV. Entre os homens diagnosticados com a infecção, o índice chega a ser de 99,3%. A mediana de idade dos pacientes vivendo com HIV e que testaram positivo para mpox é de 34 anos, com idades variando de 29 a 39 anos. O Brasil contabilizou ainda, de 2022 a 2024, 23 gestantes infectadas por mpox em diferentes momentos da gravidez.

Internações e mortes 

Em relação à hospitalização de pacientes com a doença, o ministério considera que a infecção apresenta complicações em um número bastante reduzido de casos – 3,1% dos pacientes foram hospitalizados por necessidades clínicas ou por algum agravamento do quadro clínico; 0,6% foram hospitalizados com o propósito de isolamento; e 1,6% foram hospitalizados por motivos desconhecidos. Ao todo, 45 casos foram internados em unidades de terapia intensiva (UTIs). A taxa de letalidade da doença, neste momento, é de 0,14%. Ao todo, 16 mortes foram contabilizadas entre 2022 e agosto de 2024 – nenhum este ano. 

A mediana de idade, entre as pessoas que morreram em decorrência da infecção, é de 31 anos, com idades variando de 26 a 35 anos. Os números mostram que 100% dos pacientes que morreram apresentaram febre e múltiplas erupções, com erupções genitais de forma predominante. Além disso, 15 mortes foram identificadas entre imunossuprimidos vivendo com HIV (93,8%). Apenas um caso dos 16 óbitos se classificava como pessoa imunodeprimida decorrente de um câncer.

Tratamento

Draurio ressaltou ainda que o Ministério da Saúde obteve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização de uma licença de importação do remédio Tecovirimat. “Por ser um medicamento off label, não foi ainda autorizado para o tratamento de mpox, mas, efetivamente, reduz a mortalidade”, avaliou. “Estamos agora procedendo junto à Opas (Organização Pan-americana da Saúde). Já pedimos a compra, via Opas, de tratamentos para a eventualidade de um surto no Brasil. Hoje, não temos tratamento específico”, disse. “Vai ser importante ouvir, amanhã, os encaminhamentos da OMS para que a gente adeque o plano de contingência nacional a orientações internacionais”, concluiu Draurio. (Agência Brasil)

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