Total de queimadas em setembro foi 30% maior que a média do mês

Previsão é que 2024 registre o maior número de focos de incêndios desde 2010
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já apontam que 2024 deverá ser um dos anos com maior quantidade de focos de incêndios florestais na última década. O mês de setembro contabilizou mais de 80 mil focos, cerca de 30% acima da média histórica, registrada desde 1998 pelo Inpe. Mesmo que a quantidade de focos não extrapole as médias históricas nos últimos três meses do ano, 2024 terá o maior número de focos desde 2010, quando o Brasil teve 319.383 registros de queimadas.Os dados indicam que essa média pode ser superada, pois o mês de setembro teve aumento de 311%, passando de 18 mil focos em 2023 para 75 mil em 2024.

Centro-Oeste puxa altas 

O levantamento do Inpe indica aumento consistente nos focos em todas as regiões do Brasil, em relação a 2023, com destaque para a região o Centro-Oeste, que teve três estados com mais aumentos neste ano: Mato Grosso do Sul, com 601% e 11.990 focos em 2024; o Distrito Federal, com 269%, ainda que com apenas 318 focos; e Mato Grosso, 217%, com 45 mil focos, tornando-se o estado com o maior número no país neste ano, ultrapassando o Pará. Os números em Mato Grosso são mais fortes em setembro, quando foi responsável até agora por 23,8% dos focos do país ou 19.439 registros. O Pará também teve grande quantidade de queimadas no mês: 17.297 focos, ou 21,2% de todos os registros.

Completam o ranking dos maiores aumentos dois estados do Sudeste, com números totais de queimadas menos representativos, porém com grande aumento: São Paulo e Rio de Janeiro, que, inclusive, teve várias de mata devastadas em Nova Friburgo nas últimas semanas. O aumento para os paulistas foi de 428% em setembro, com 7.855 focos ativos. No Rio, foi de 184%, ou 1.074 focos.

Em São Paulo, grande parte dos focos esteve concentrada em setembro, quando o estado registrou 2.445 focos ativos, 3% das ocorrências em todo o território nacional. No último fim de semana, por exemplo, o estado registrou 65 focos ativos, de acordo com o Inpe.

Desde o começo das medições, o país teve mais de 300 mil focos em seis anos: 2002, 2003, 2004, 2005, 2007 e 2010. 2024 caminha para a volta dessa marca. Com 208 mil focos registrados até agora, está atrás somente dos totais de 2020, com 222.797 focos, e 2015, com 216.778, considerando apenas os últimos dez anos. (Agência Brasil

 

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