Sobre Transtornos Mentais e Síndrome de Burnout

“Se estamos tendo mais sentimentos negativos que positivos, insatisfação com nossa vida ou com nossa forma de viver ou com sensação de falta de propósito ou significado está na hora de procurar ajuda profissional”
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
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Cada início de um novo ano é repleto de expectativas e, muitas vezes, elas vêm acompanhadas de ansiedade, medo e preocupação. Os dados do Relatório Mundial de Saúde Mental, divulgado em 2022, mostram que os casos de depressão e ansiedade tiveram aumento superior a 25% em comparação a 2019, apontando que quase 1(hum) bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental — incluindo 14% dos adolescentes do mundo.

É importante falarmos sobre saúde mental o ano todo, mas em termos simbólicos e culturais, no início de cada ano as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, relações sociais, sentimentos e emoções”, diz a psiquiatra credenciada Omint, Yara Azevedo Prandi. “Por isso, a campanha Janeiro Branco é fundamental, pois aproveitamos a simbologia do mês para quebrar o preconceito e integrar os transtornos mentais à pauta da saúde”, completa.

Desde 1948, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. “Isso inclui a capacidade de levar uma vida social e economicamente produtiva, experimentar mais sentimentos positivos que negativos, estar satisfeito com a forma como se está vivendo sua vida, ser membro ativo de uma comunidade social e ter um senso de significado e propósito em sua vida”, comenta Yara.

“Se estamos tendo mais sentimentos negativos que positivos, insatisfação com nossa vida ou com nossa forma de viver ou com sensação de falta de propósito ou significado está na hora de procurar ajuda profissional”, completa a médica. 

Importante destacar que somente o psiquiatra será capaz de indicar a existência de alguma doença ou avaliar se o mal-estar ou o sofrimento faz parte da vida psíquica normal.

Estado de exaustão

A síndrome de burnout (do inglês “to burn out”, algo como “queimar por completo”), também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista alemão Herbert Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, em meados dos anos 1970. Ele a descreveu como sendo um estado de exaustão intenso e prolongado da pessoa em relação ao seu trabalho.

Segundo ele, seria o desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho. Outra fase importante da síndrome, é que a pessoa com essa doença mede a autoestima pela capacidade de realização e sucesso. 

“O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido e nesse estágio, a necessidade de se afirmar e o desejo de realização se transformam em obstinação e compulsão. Nesta busca, além de problemas de ordem psicológica, o paciente sofre intenso desgaste físico, gerando fadiga e exaustão”. 

Essa patologia costuma atingir profissionais das áreas da saúde, segurança pública, setor bancário, educação, tecnologia da informação, jornalistas, advogados, pilotos, cientistas, entre outros. É caracterizada pelo esgotamento mental e físico, sentimentos de negativismo relacionados ao trabalho e redução da eficácia profissional. “Trata-se de uma condição que se desencadeia após um estado de tensão constante, seja no contexto físico e/ou mental”.

Constam referências sobre o termo ter sido influenciado por um livro intitulado "A Burnt-Out Case", escrito pelo inglês Graham Greene, em 1960, que descreve a história de um arquiteto desiludido com o trabalho, que decide abandonar a profissão e escolhe viver em algum país do continente africano. 

Fenômeno parecido tem acontecido com frequência nos dias de hoje. Muitas pessoas abandonam seus trabalhos, tiram “anos sabáticos”, se mudam para outros estados e países em decorrência de uma exaustão emocional causada pelo trabalho. 

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