Não é segredo para ninguém que a crise em decorrência da proibição de funcionamento de diversos setores por conta das medidas de enfrentamento ao coronavírus afetou diversos segmentos da economia, entre eles o cultural, de turismo, o comércio em geral e também o polo gastronômico – que mesmo podendo funcionar em sistema delivery, viu o movimento despencar nos últimos três meses sem poder atender os clientes de forma presencial.
Com a flexibilização do funcionamento de diversos segmentos na última sexta-feira, 3, entre eles o de bares, restaurantes e lanchonetes, muitas empresas puderam, enfim, abrir novamente as portas e receber os clientes. Claro, respeitando uma série de normas sanitárias, como o distanciamento entre mesas e clientes, fornecimento de álcool em gel, entre outras medidas.
No entanto, alguns empresários adotaram uma postura diferente nesse primeiro momento que vai na contramão da maioria. Apesar do decreto 625, do último dia 1º, permitir o funcionamento do setor com até 70% da capacidade máxima de ocupação com distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as mesas sempre que adotada a bandeira amarela (estágio atual do município), alguns restaurantes da cidade decidiram manter, por ora, apenas o atendimento delivery ou retirada no balcão.
O Scavarda’s GastroPub, no bairro Cônego, é um exemplo disso. Na última sexta-feira, 3, mesmo dia em que a prefeitura autorizou o funcionamento do segmento, a empresa divulgou um comunicado que surpreendeu pela sinceridade e o senso de coletividade: “Estamos sim com muitas saudades de todos vocês, isso é inegável e incontestável, mas acreditamos que ainda não é o momento do tão esperado reencontro. Mesmo com o decreto recém publicado, o que vemos é uma grande incerteza relacionada ao tema, por este motivo escolhemos esperar mais um pouco, por vocês e pelos nossos. Temos certeza que, por ora, essa é a escolha mais prudente e será mais seguro para todos”, diz trecho da mensagem publicada pelo empreendimento em suas redes sociais.
Quem seguiu na mesma linha foi o La Quebrada Lounge, no bairro Cascatinha. Também via redes sociais, a empresa anunciou no sábado, 4, que apesar da liberação seguiria apenas funcionando com delivery e retiradas no balcão: “Retornaremos quando possível, não quando permitido”, diz o comunicado da empresa aos seus clientes.
Cabe ressaltar que essa atitude não torna as empresas que optaram por retomar o atendimento presencial menos conscientes ou preocupadas com o bem estar coletivo. No entanto, devemos reconhecer que a decisão – apesar de certamente acarretar prejuízos financeiros – contribui para a manutenção do isolamento social e a estagnação da curva (hoje ainda ascendente) de contágio do coronavírus.
A iniciativa das empresas rendeu dezenas de elogios nas redes sociais: “Parabéns pela decisão e consciência. Tem todo meu respeito e admiração”, disse uma cliente. “Cuidem de vocês mesmos e dos seus clientes. Seria muito ruim viver com a culpa de que uma morte foi causada por causa de um espaço de tanta alegria. Pena que poucos pensam assim”, comentou outra. “Parabéns e muito obrigado. Todo mundo quer voltar, mas é claro, quando for mais seguro para todos”, disse um seguidor. “Obrigada pela consciência. Continuem seguros. Em breve estaremos juntos”, afirmou outra cliente. “Parabéns pela atitude de coragem e de responsabilidade pelo outro, coisa que tanto falta hoje em dia”, elogiou mais um cliente.
Deixe o seu comentário