Predestinado: primeiro fotógrafo de Friburgo nasceu no dia mundial da fotografia: Luiz Carestiato

sábado, 22 de agosto de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Predestinado: primeiro fotógrafo de Friburgo nasceu  no dia mundial da fotografia: Luiz Carestiato

Considerado o primeiro fotógrafo de Nova Friburgo, Luiz Carestiato nasceu em 19 de agosto — Dia Mundial da Fotografia, em Sumidouro, e teria feito 122 anos na última quarta-feira. 

Portanto, sua trajetória começa no final do século 19, mais precisamente, em 1898. Já adulto e vivendo em Nova Friburgo, casou com Esther de Souza Carestiato, com quem formou uma grande família — de sete filhos. Com o passar dos anos, tornou-se fotógrafo, tendo iniciado nesta profissão nos idos dos anos 1920. 

Carestiato fazia fotos de todos os eventos da cidade, fosse para cartões-postais ou quadros panorâmicos, a obras do município e do Estado, além de ocorrências das policias civil e militar, posses de políticos e autoridades, desfiles festivos, missas e cultos religiosos. 

Acima, o flesh único que ele usava,

Também fotos para documentos, formaturas, álbuns e quadros para colégios, até das cidades vizinhas. Os filhos mais velhos o acompanhavam em suas saídas para realizar seu trabalho, e uma das marcas que ficou gravada na memória deles, foi o da pontualidade do pai, que às vezes chegava ao local do evento até uma hora antes. Jornais e revistas da cidade e do Estado publicavam suas fotografias.

“Naquele tempo os homens usavam chapéu, por isso Luiz estava sempre  acompanhado de um dos filhos para que segurasse seu chapéu enquanto tirava as fotografias. Se as fotos eram tiradas em recintos fechados, era necessário usar uma calha com uma espoleta, cheia de magnésio, que explodia clareando o recinto: era o flash de antigamente. Muitas vezes a explosão assustava as pessoas e deixava o ambiente cheio de fumaça. As máquinas fotográficas usavam chapas de vidro com uma película em lugar de filme, o assunto focalizado estava sempre de cabeça para baixo e no vidro fosco a imagem aparecia sempre invertida”, contou um de seus filhos, Dalton.                                               

70 anos de história

Estabelecido na Avenida Alberto Braune, 55, Centro, nos anos 1940/50 surgiu a necessidade de colocar suas fotos em capas, principalmente as de casamento e de cartões postais. Então, Luiz decidiu comprar uma máquina manual de impressão tipográfica, do Colégio Anchieta, aproveitando-a também para corte e vinco das capas. 

Ao lado de sua loja havia uma tipografia pertencente a José Herdy, que um dia resolveu vendê-la. Luiz e seus filhos, ainda jovens estudantes, mas seguindo os passos do pai, resolveram adquirir a tipografia, que se revelou um desafio para todos. Mas, com sua visão empreendedora, o fotógrafo vislumbrou naquela tipografia um futuro promissor para seus herdeiros.

Assim, no dia 19 de maio de 1949 surgia a Tipografia Carestiato. Nessa época Luiz e Esther já tinham seus sete filhos, sendo quatro homens — Gilberto, Dalton, Dálgio Luiz e José Antônio, e três mulheres Magaly, Maria Aparecida e Maria de Fátima. Os rapazes, que já integravam a equipe do pai-fotógrafo, prontamente abraçaram a nova profissão, de gráficos.

 Ao longo de 70 anos de existência já passaram pela Gráfica Carestiato centenas de jovens aprendizes. Dessa época, o filho Dálgio lembrou: “Na hora do descanso, os funcionários aproveitavam para jogar bola na Avenida Alberto Braune, e de vez em quando tinham que interromper o jogo por uns dois minutos para o trem passar”.                                 

 

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