Pelo menos 40% das micro e pequenas indústrias (MPI`s) da região Sudeste não conhecem o Programa Nacional de Apoio as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), do Governo Federal e somente 15% estão informados sobre o programa de liberação de crédito com juros mais baixos. É o que revela a pesquisa Indicador Nacional da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) e divulgada nesta semana.
Outras regiões do Brasil também apresentam alta nos índices de desconhecimento. A desinformação sobre o Pronampe é maior ainda na região Nordeste, com 50% das MPI’s afirmando nunca ter ouvido falar do programa, Centro-Oeste/Norte com 36% e Sul com 35%. “Isso significa que a maioria das empresas nem conhece o Pronampe. Provavelmente, é porque quando o empresário foi ao banco, o gerente ou a atendente escondeu, ou não divulgou, de todas as maneiras essa linha de crédito”, afirmou o presidente do Simpi, Joseph Couri.
O estudo mostrou ainda que no Sudeste, durante a pandemia, dos que sabem ou ouviram falar, 10% tiveram acesso ao Pronampe e nos últimos seis meses esse índice foi de apenas 3%. Dos entrevistados, 88% não tiveram acesso ao programa durante a pandemia e 96% nos últimos seis meses.
“Isso significa que não está chegando (recursos do Pronampe) na ponta. Temos números extremamente baixos de empresas que tiveram acesso”, avaliou Couri. “A linha é boa, é bem-vinda, mas tem burocracia para ser atendida”, lembrou. Na avaliação geral, entre os que tiveram acesso ao Pronampe durante a pandemia, 57% avaliam que o pagamento da linha de crédito está sendo fácil (muito ou um pouco) e 19% um pouco ou muito difícil.
Acúmulo de dívidas das MPIs
Na corrente da incerteza com a economia brasileira, o endividamento das micro e pequenas indústrias (MPIs) tem dado o tom num cenário de juros altos e inflação elevada. O Indicador Nacional da Micro e Pequena Indústria revela que 41% das MPI`s do Sudeste estão endividadas, sendo que 27% com impostos, tributos e taxas atrasadas, 20% com bancos ou instituições financeiras, 11% com empresas, pessoas e poder público e 8% com fornecedores.
O nível de endividamento no Nordeste é ainda mais alto, com 55% dos entrevistados afirmando terem problemas com inadimplência. O que revela uma dificuldade ainda maior nessa região do país com dívidas relacionadas a impostos, tributos e taxas atrasadas (40%).
Sobre a pesquisa
Realizado pelo Datafolha, a pedido do Simpi, o Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, traz um panorama geral da categoria. Foram entrevistados 701 empresários e a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
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