A Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) dará treinamentos aos médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e das emergências de hospitais do Grande Rio e interior para aperfeiçoar o diagnóstico clínico da dengue e aumentar as chances de recuperação mais rápida dos pacientes. A decisão foi anunciada durante uma reunião da secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, com diretores e chefes de pediatria das unidades de emergência, a coordenação das UPAs estaduais e a Fundação Saúde.
No encontro realizado na sede da SES-RJ ficou definido que todos os médicos das unidades de saúde de pronto atendimento do estado deverão passar pelo treinamento. Além disso, a capacitação também será oferecida aos municípios, conforme regionalização planejada pela secretaria. Foi discutida ainda a organização para a ativação do Centro de Operações de Emergência (COE), caso necessário, assim como foi feito durante a pandemia de Covid-19.
“Em 2023, foram registrados mais de 51 mil casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro, com 28 óbitos. Em 2024, até o momento, são cerca de cinco mil registros, números que estão acima do padrão esperado para o período. Esta reunião teve o propósito de preparar a rede para qualificar o atendimento à população. Reforçamos a importância do diagnóstico correto, para a percepção mais rápida dos sinais de alerta, evitando confundir a dengue com outras síndromes febris”, ressaltou a secretária, explicando que a SES-RJ está aprimorando os níveis de emergência para a ativação do plano de contingência, que já é rotina da Vigilância em Saúde.
O Plano de Contingência e de Enfrentamento da Dengue, da Secretaria estadual de Saúde, foi lançado em 2008, e a cada dois anos é renovado para fortalecer as ações contra a doença. Um dos pontos citados na reunião foi a adoção do protocolo do Ministério da Saúde para atendimento de casos suspeitos e o manejo adequado dos pacientes, cujo objetivo é evitar o agravamento das ocorrências e os óbitos.
O treinamento tem foco no manejo clínico pediátrico e neonatal, com abordagem de sinais, sintomas, melhor forma de tratamento e a diferenciação da dengue com outras doenças que apresentam estado febril semelhante, como a zika e a chikungunya.
Ainda de acordo com a secretária, durante a capacitação também será reforçado que o Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ) está apto a receber as amostras para a identificação dos sorotipos circulantes no estado. Nos últimos dias 10 e 11, a SES-RJ promoveu um simulado de epidemia de dengue e chikungunya para integrar ações de diferentes setores da instituição.
Os exercícios foram ministrados pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) e teve como objetivo preparar a rede para respostas rápidas a uma possível epidemia de dengue. Isso inclui investigação de atendimento aos pacientes com suspeita da doença, hidratação e valorizar os sinais de alarme.
No ano passado, a secretaria qualificou mais de 200 profissionais de saúde para que eles possam oferecer respostas imediatas em diferentes cenários epidêmicos, desde a chegada dos pacientes às unidades, além da análise clínica, indicação de medicamentos e coleta de exames a serem enviados ao laboratório.
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