O “Tremendão” encerrou sua jornada na Terra, justo no dia dedicado ao Músico — 22 de novembro, terça-feira, aos 81 anos. Ícone do movimento Jovem Guarda, foi um dos maiores artistas da música brasileira e fez história ao lado de Roberto Carlos, uma parceria que durou por toda a sua vida. Foram seis décadas de intensa produção musical, com centenas de memoráveis canções que continuam tocando corações e mentes desde os anos 1960.
Perdemos o nosso “gigante gentil”, como era carinhosamente chamado esse expoente da música pop, que teve a ousadia de “inventar” o rock tupiniquim, gênero dominado pelos americanos, depois pelos ingleses, e no auge da beatlemania.
No dia 17, cinco dias antes de sua morte, Erasmo Carlos foi vencedor no Grammy Latino pelo álbum "O Futuro Pertence À... Jovem Guarda", na categoria de "Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa". Enquanto isso, por aqui…
“Ao som da melodia de Festa de Arromba executada pela banda, Erasmo Carlos fez um breve discurso no centro do palco do lotado Teatro Guaíra, em Curitiba. Pausadamente, falou sobre a importância de a sociedade zelar pelas novas gerações. “O futuro pertence à jovem guarda!”, gritou, fazendo um trocadilho com o movimento que o revelou e com o título de seu último álbum.
Saiu de cena impávido, como se tivesse o vigor de um garoto, e aplaudido por 2,1 mil pessoas. Nos bastidores, no entanto, o artista de 81 anos deixou transparecer a exaustão física. Foi levado de cadeira de rodas até o carro que o conduziu ao Hotel Bourbon, onde estava hospedado”, descreveu o repórter Felippe Aníbal, no site da revista piauí. Realizada em 16 de setembro, aquela foi uma das últimas apresentações — em um grande teatro — de Erasmo Carlos, que ainda se apresentou em Caeté (MG), Vila Velha (ES) e São Paulo.
O produtor do espetáculo em Curitiba, Ramon Bentivenha, em conversa com o repórter, lembrou da última apresentação de Erasmo, concluindo que tinha sido uma noite feliz. Desde a confirmação da morte do artista, tem pensado na forma como Erasmo, em sua última grande apresentação, tratava todos com gentileza. Estava debilitado, cansado, mas feliz. E se lembrou do momento do show que mais o emocionou: a canção É preciso saber viver. “Eu conversei com ele sobre essa música. Ele disse que era a composição que mais o representa, que tinha a essência dele. Que o importante é como se leva a vida. E ele levou a vida fazendo o que gosta”. Sabia mesmo viver.
Obrigada, Tremendão, siga em paz. Quanto a nós, tentaremos ser gentis. Até!
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