As cores de Nova Friburgo

Município tem na sua história e formação a contribuição de diferentes povos
sábado, 15 de maio de 2021
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Antes mesmo dos suíços se instalarem em Nova Friburgo, colonos portugueses já se encontravam no distrito de Campo do Coelho, dentre os quais se destaca Antônio José Mendes, nascido nos Açores, em 1822. É o que conta a historiadora Janaína Botelho, colunista de A VOZ DA SERRA, sobre as características dos povos formadores do município. Além de lavradores, os portugueses organizaram um espaço para comercializar as roças dos pequenos e médios agricultores daquela região, depois conhecida como Barracão dos Mendes. O Ceasa é fruto deste mercado que abastece o Rio de Janeiro. 

São inúmeras as famílias descendentes de colonos suíços em Nova Friburgo, que se tornaram pequenos produtores rurais e hoje estão concentrados em Lumiar, São Pedro da Serra e Amparo, todos distritos agrícolas. Com relação à comunidade alemã, geralmente se confunde a história dos que aqui chegaram em 1824, como colonos, com os empresários imigrantes que instalaram indústrias a partir de 1911.

Em 1872, o médico napolitano Carlos Éboli criou o Instituto Sanitário Hidroterápico, cujo complexo se tornaria sede do Colégio N.S. das Dores. Outro italiano, Elviro Martignoni, pintou afrescos e quadros nas residências dos barões de Nova Friburgo, e no Palácio Nova Friburgo, hoje Museu da República.

Já os Spinelli se destacaram na construção civil, ao edificar o palacete do Barão de Duas Barras. Na década de 1950, trouxeram para Friburgo, o primeiro avião monomotor para transporte de passageiros. Os espanhóis exerceram atividades de oleiros, ceramistas e hoteleiros. A edificação do Colégio Anchieta deve muito ao imigrante Francisco Vidal Gomes, que montou a escadaria usando apenas encaixes, sem um único prego.

Quanto aos libaneses, se dedicaram ao comércio, principalmente armarinhos, alguns trabalhando antes como mascates. Quase metade do comércio da então Rua Alberto Braune, pertencia a eles. Os japoneses contribuíram com a lavoura nos distritos agrícolas de Friburgo, cuja plantação de legumes era rasteira e vulnerável às pragas. Eles ensinaram os agricultores a usarem estacas verticalizadas, aumentando a produtividade. Também mostraram como preparar estufas, revolucionando o modo de plantio.

Toda esta imigração de europeus e asiáticos acabou atraindo um pequeno grupo de húngaros e austríacos que se dedicaram à hotelaria. O município tem igualmente matriz africana, embora com imigrantes forçados, na condição de escravizados. Nos dias de hoje só não possui uma população maior de afrodescendentes porque as regiões com maior concentração de escravos foram desanexadas do município. 

(Leia a íntegra deste artigo em História e Memória | A Voz da Serra)

 

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