Quando a primeira edição do jornal A VOZ DA SERRA foi publicada, no dia 7 de abril de 1945, um mundo exausto enfrentava o quinto ano de um dos conflitos mais terríveis e dramáticos da história: a Segunda Guerra Mundial. Dentro de nossas fronteiras, também vivíamos oito anos sob o Estado Novo: a ditadura de Getúlio Vargas marcada pela censura.
Esse era um cenário que parecia nada propício para qualquer tipo de manifestação cultural, sobretudo a publicação de um jornal. Porém, sabemos que quanto mais difíceis os tempos, mais necessária se faz a coragem. E, assim, nasceu o modesto semanário A VOZ DA SERRA, trazendo em seu íntimo a esperança.
Diante da instabilidade daquela época, talvez tenha passado pela cabeça dos editores que o periódico teria os seus dias contados. Eis que estamos aqui, em abril de 2021, celebrando o 76º aniversário de A VOZ DA SERRA!
Assim como lá no seu princípio, hoje o jornal testemunha mais um contexto cruel, desta vez, uma pandemia global. Já estamos enfrentando o segundo ano deste mal - que revela muitos outros - e sem perspectivas de melhora.
São tempos difíceis e únicos, mas a própria história do jornal é um exemplo da força e da perseverança que precisamos neste momento. Seus 76 anos materializam estabilidade, segurança e tradição. A VOZ DA SERRA é o terceiro jornal mais antigo do estado, um fato muito significativo nessa época “líquida”, onde tudo é raso e passageiro.
Por trás do papel ou da tela do celular estão as pessoas que dão vida ao jornal. São muitos os profissionais, hoje e ao longo dos anos, que assumiram a missão tão importante de informar de maneira objetiva, com qualidade e credibilidade.
A VOZ DA SERRA é um verdadeiro patrimônio friburguense. Em suas páginas está retratada a vida da nossa sociedade, mas também as representações acerca do nosso tempo. Por isso que este jornal é um veículo tão necessário: nos ajuda a refletir sobre o presente e registra o agora para o futuro.
Vida longa ao jornal A VOZ DA SERRA, para que o seu brado reverbere por muitos anos em nossas montanhas e, num futuro próximo, podermos respirar aliviados ao saber que os tempos difíceis são apenas fatos registrados num exemplar antigo.
* Vanessa Melnixenco, pesquisadora do Nova Friburgo Country Clube e professora de História da Fundação D.João VI.
Deixe o seu comentário