O inverno 2024 se despediu no último fim de semana e bem no final da estação, no sábado, 21, a passagem de uma frente fria pelo Estado do Rio de Janeiro, enfim, trouxe a chuva, tão esperada para conter as inúmeras queimadas que atingiram as matas fluminenses nas últimas semanas, inclusive em Nova Friburgo. A chuva veio com força em algumas localidades pondo fim aos focos de incêndio que ainda ressurgiam nas áreas já devastadas pelo fogo. Na região do distrito de Campo do Coelho, um temporal de granizo causou prejuízos aos agricultores danificando lavouras.
Perto dali, na zona rural do município vizinho de Teresópolis, o estrago foi ainda maior e várias lavouras de cebola e hortaliças foram perdidas pelo temporal. A Defesa Civil registrou, naquela região, 50 milímetros de chuva. Houve pancadas isoladas também no distrito de Mury. Institutos de meteorologia, no entanto, prevêem a elevação das temperaturas no estado e pouca chuva para os próximos dias, o que requer atenção quanto à probabilidade de novos focos de incêndios florestais.
Operação Curupira
Mesmo com a chuva tão aguardada pelos fluminenses, as queimadas no estado continuam na mira das forças de segurança. A Secretaria estadual de Polícia Civil (Sepol) identificou, na semana passada, por meio da Operação Curupira, 34 autores de incêndios criminosos praticados no Estado do Rio de Janeiro. Destes, nove já foram indiciados. As equipes aguardam os laudos periciais para formalizar o indiciamento dos demais. Cinco pessoas foram presas.
A Operação Curupira foi uma resposta da Polícia Civil no combate às ações incendiárias criminosas que atingiram diversos parques do estado. Também participam do Gabinete de Gestão de Crise do Governo do Estado a Secretaria Estadual do Ambiente (Seas) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
“Os resultados do comitê estão sendo muito bons. Causar incêndios destruindo nosso belo e importante meio ambiente é um crime grave. Somos destaque na preservação da natureza em todo o país e não vamos permitir que os incêndios provocados continuem acontecendo”, disse o governador Cláudio Castro.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, além dos prejuízos à fauna e à flora, as práticas criminosas acarretaram risco humano e patrimonial às populações afetadas pelos incêndios.
“O custo para recuperar esses ecossistemas é incalculável. Não temos, por exemplo, como colocar preço na vida de um animal silvestre que foi vítima. Isso sem falar no prejuízo com a emissão de créditos de carbono, tão importantes para o nosso estado. Nossas ações estão sendo assertivas no combate a este tipo de crime”, explica Curi.
Desde os primeiros momentos, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e as delegacias distritais do interior realizaram inúmeras diligências para apurar quais incêndios eram criminosos e quem eram seus autores. No último dia 16, os agentes foram à Região Serrana para reprimir as ações incendiárias em Petrópolis e no distrito de Itaipava. Perícias criminais foram feitas pela equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) em três pontos de início das chamas.
Os policiais conseguiram identificar um adolescente, que compareceu à delegacia acompanhado de seu pai. O menor admitiu ter ocasionado o fogo que devastou grandes áreas de vegetação nos distritos de Pedro do Rio e Secretário. Também houve diligências, oitiva de testemunhas e análise de imagens de câmeras de segurança na região da Vila Inglesa, também em Petrópolis, e no Parque Nacional da Serra da Tiririca, em Niterói.
Na última quarta-feira, 18, uma ação integrada da DPMA com a 91ª DP (Valença) resultou na captura de um homem de 61 anos, flagrado em vídeo ateando fogo na área de proteção ambiental da Serra da Beleza, à margem da rodovia RJ-143, altura do quilômetro 52. Ele foi identificado a partir das investigações das duas unidades. Com o autor, foram encontrados a motocicleta, as roupas e o capacete usados no crime. As diligências da Operação Curupira continuam.
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