Abril Amarelo: um mês de conscientização e prevenção ao câncer ósseo

Iniciativa é da Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica
sábado, 02 de abril de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

A campanha “Abril Amarelo”, que a Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO) desenvolve este mês para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer ósseo, tem os médicos como foco principal. O presidente da ABOO, Edgard Engel, disse que por se tratar de doença rara, os próprios profissionais têm dificuldade de saber qual é a melhor conduta para o tratamento. "Por isso, optamos por fazer uma campanha direcionada ao médico que se depara com um paciente com tumor ósseo, para que possa ser encaminhado a um centro especializado onde seja diagnosticado e submetido ao melhor tratamento possível”, observa Engel. 

Apesar de corresponder a somente 1% ou 2% dos cânceres em geral, o tumor ósseo constitui foco muito importante de disseminação do câncer de outros órgãos. “São as metástases ósseas. Por isso, acaba tendo duplo interesse”, comentou o ortopedista oncológico. Na população infantojuvenil, o câncer ósseo é o terceiro mais frequente, depois das leucemias e do câncer do cérebro.

Edgard Engel explicou que o câncer ósseo primário tem dois picos de incidência, sendo um em crianças, adolescentes e adultos jovens e outro no paciente mais idoso, onde o principal diagnóstico é o mieloma múltiplo. Na faixa etária mais jovem, uma das manifestações comuns da neoplasia óssea é o aparecimento de uma massa dura, ou massa óssea, muitas vezes acompanhada de dor mais ou menos intensa. “Eventualmente, pode ter outro sintoma relacionado à localização, como limitação de movimento, dificuldade de andar”, esclarece o médico.

Radiografia

A radiografia feita com qualidade vai mostrar qual é a causa e, se for um câncer, vão aparecer as alterações do esqueleto. Uma observação mais cautelosa da radiografia já permite ao médico dizer que alguma coisa está errada e, então, encaminhar o paciente para um ortopedista ou, se já houver a confirmação de câncer, encaminhar a um centro de referência.

A estimativa é que 6,3 mil novos casos de tumor ósseo maligno surjam no Brasil a cada ano. Não há estatística para tumores ósseos benignos, explicou o presidente da ABOO. Isso se explica porque muitos desses tumores são assintomáticos. Não têm nenhum tipo de dano à saúde, de queixa, dor.

Tratamento

Como existem vários tipos de câncer ósseo que podem afetar diferentes faixas etárias, o tratamento varia bastante. Os tumores mais comuns, que acometem crianças e adolescentes, são o osteossarcoma e o sarcoma de Ewing. Eles são tratados inicialmente com quimioterapia durante cerca de três a quatro meses, para que os exames de sangue sejam normalizados. Aí, é possível fazer a cirurgia para retirada do tumor, seguida de reconstrução. O paciente, então, volta à quimioterapia. O tratamento completo dura de oito a dez meses.

No caso dos idosos, alguns pacientes são operados de imediato, logo após o diagnóstico, e outros dispensam o tratamento com quimioterapia. Alguns tumores são tratados inicialmente com quimioterapia e, eventualmente, nem precisam de cirurgia. Vai depender da avaliação inicial do médico, feita com o auxílio de exames. (Agência Brasil)

 

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