Esse ano vai ser diferente. O Dia das Mães vai ser comemorado na mesma data de sempre, mas em plena quarentena. O isolamento social trouxe, por um lado, o distanciamento dos filhos em relação às suas mães ou, o contrário, a proximidade excessiva entre eles.
Para aqueles que estão longe de suas mães, essa é uma oportunidade de se aproximar de verdade. Mas não estou falando simplesmente de chamadas de vídeo, presentes via delivery, cartões virtuais.... Estou falando de algo mais profundo, uma conexão quase física. Isso é possível, basta sentir. Sentir esse amor profundo que conecta mães e filhos.
Então, invoque sensações e provoque seus sentidos. Busque o “cheirinho” da sua mãe em um creme, sabonete ou perfume que ela use. Faça uma comida que ela já fez para você. Ouça uma música que ela goste. Veja fotos antigas. Onde quer que ela esteja, você e ela estarão juntos.
Para as mães que estão mais próximas do que nunca de seus filhos, o Dia das Mães vai ser mais um dia de tolerância, resiliência, dificuldade de diálogo, falta de privacidade, individualidade e liberdade.
Mas vamos olhar para a quarentena com mais condescendência? Você, mãe, que tenta ser a mulher-maravilha, que romantiza a maternidade, finalmente está conseguindo enxergar a realidade: as mães são mais que imperfeitas, são humanas! Não se cobre tanto!
Além de todo o resto que estamos aprendendo nessa quarentena, aprenda a aceitar a imperfeição. Ensine-a a seus filhos e celebre-a com eles neste domingo. Vocês se sentirão mais leves, mais humanos.
Todo o erro e toda a dificuldade são indispensáveis ao aprendizado e ao crescimento. A vida está mostrando que não há vitória sem esforço.
Enfim, a conexão entre mães e filhos é muito maior que um estado de filiação ou de proximidade física. Ela está na memória afetiva, nos cinco sentidos e na própria humanidade imperfeita.
Feliz Dia das Mães!
*Adriana Valentim é juíza da Vara da Infância de Nova Friburgo
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