Nesta terça-feira, 5, quando comemoramos o Dia Internacional do Meio Ambiente, convém que falemos um pouco sobre essa questão. Muito se ouve falar sobre meio ambiente, preservação ambiental, ecologia, sustentabilidade etc. São inúmeras nomenclaturas para no fim chegarmos na mesma pergunta. O que estamos fazendo com o nosso planeta? E o que podemos fazer para frear o efeito deletério que a presença humana causa nos ecossistemas?
Primeiro precisamos desenvolver uma base comum sobre o que as pessoas vão entender por meio ambiente. Desta forma trouxe nessa coluna uma designação sem rebusco acadêmico. Posso dizer, com base na minha experiência, que meio ambiente é tudo o que nos cerca, de forma que as árvores, água, terra e ar estão inseridos no meio ambiente. Significa dizer então que meio ambiente não é sinônimo de natureza? É muito mais que isso, ou seja podemos entendê-lo como sendo o conjunto das relações entre coisas vivas e não vivas que permeiam todo o planeta. Ou, segundo a política nacional de meio ambiente na lei 6.938 de 1981 art. 3; é "o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem química, física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”
Pois é, amigo leitor, vivemos no meio ambiente, por intermédio dele, através dele, e somente porque ele nos é favorável. Sabendo que nós seres humanos, somos capazes de mexer nessa mega estrutura desenvolvida para dar condição de vida e existência a tudo o que conhecemos e iremos conhecer, muito maior se torna nossa responsabilidade em manter essa estrutura em funcionamento. Fazer experiências demais com algo tão vital é assaz perigoso, devido à nossa intensa necessidade envolvida nessa relação com o meio.
Fazendo uma analogia, imaginemos que você acabou de ser pai ou mãe, contempla com todo carinho aquele ser que carrega em seus genes um pedacinho de cada um daqueles que de alguma forma estiveram envolvidos em sua concepção. Esse neném é único, descende de toda uma linhagem de seres humanos até um passado que lhes remete ao vosso primeiro ancestral. Ele é ao mesmo tempo, você, seus pais, avos, bisavós... Pois bem, imagine agora que você precise utilizar uma vacina para que ele progrida (sobre a ideia de progresso quero que imagine como nossa sociedade entende o progresso); para que ele se adapte às condições tecnológicas atuais você precise submetê-lo a essa vacina, que não se sabe ao certo a totalidade de suas consequências, o que se sabe é que caso não dê certo aquele bebê irá morrer, extinguir-se. Desaparecerão juntamente com ele, todas as informações genéticas herdadas pelo tempo, até o primeiro homem. E aí, o que fazer?
Agora pense que esse pequeno ser que contemplas é o nosso planeta, e que em busca da ideia de progresso o estamos sujeitando a todo tipo de “vacinas” para que ele se dobre à nossa vontade de “facilitar” a vida por desenvolvimentos tecnológicos. É nítida a contradição, trabalhamos inúmeras horas por dias e dias desde o primórdio da humanidade para, sei lá quando, usufruirmos de uma tecnologia que nos fará trabalhar menos. E nesse trabalho intenso e desgastante, para um dia trabalharmos menos, estamos produzindo uma quantidade absurda de rejeitos, de forma que teremos muito mais trabalho depois para limpar toda a bagunça.
É como dizer que estamos, ao caminhar para qualquer direção, deixando um rastro de fogo que poderá consumir todo o nosso percurso e assim não mais saberemos nem mesmo retornar para qualquer lugar que seja.
Voltando às perguntas: O que estamos fazendo com nosso planeta? Pessoalmente respondo: O estamos sujeitando-o a experiências demais em nome da ideia de progresso. E o que fazer para frear o efeito deletério que a presença humana causa nos ecossistemas? Penso que devemos primeiramente equilibrar a ideia de progresso como sendo algo capaz de garantir não somente o sistema econômico em funcionamento, mas que intrinsicamente essa ideia de progresso venha ligada à ideia de vida abundante, em toda sua plenitude. Que a ideia de progresso esteja intimamente relacionada às condições que a própria vida fornece como experiências éticas, estéticas, morais, lúdicas, comportamentais, espirituais, filosóficas no simples fato de estar vivo.
Não precisamos destruir montanhas, escravizar pessoas, poluir as águas e o ar, produzir uma cifra incomensurável de lixo, só para nos conectar, muito menos para sermos reconhecidos pelo que temos. Que antes sejamos conhecidos pelo que somos, estamos, e pelo prazer que causamos. E quanto a nos conectar, o meio ambiente já se encarregou de conectar cada ser animado e inanimado que pulula este planeta.
Equipe Meu Bairro Sustentável
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