Chikungunya, o alerta da vez em Nova Friburgo

Município já registra neste quadrimestre mais notificações da doença do que todo o ano passado
quinta-feira, 26 de abril de 2018
por Karine Knust (karine@avozdaserra.com.br)
O temido Aedes, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya (Arquivo AVS)
O temido Aedes, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya (Arquivo AVS)

Depois da dengue e da zika (transmitidas pelo Aedes aegypti) e da febre amarela (pelo Hemagogus e Sabethes) assustarem a população, agora é a chikungunya - que também tem o Aedes como vetor - ligar a luz de  alerta no Estado do Rio. Apenas nos três primeiros meses do ano foram registrados 4.262 casos da doença no estado, enquanto em todo o ano de 2017 foram 4.305 registros. Se considerado apenas o primeiro trimestre, o número chega a ser quase o triplo do mesmo período de 2017, que contabilizou 1.585 casos de infecção pelo vírus.

Em Nova Friburgo, de acordo com a Secretaria de Saúde do município, de janeiro a abril deste ano foram notificados 59 casos de chikungunya na cidade, seis deles foram confirmados. Apesar de parecer pequeno em relação ao número de casos de dengue, por exemplo, registrados em anos anteriores, o dado chama a atenção se comparado a 2017. Isso porque, ainda segundo a secretaria de Saúde, no ano passado, foram notificados 45 casos de chikungunya, sendo oito confirmados por exames. Ou seja, em quatro meses, o município já apresenta quase o mesmo número de confirmações do que o que foi registrado nos 12 meses anteriores.

O vírus da chikungunya, assim como o da dengue e da zika, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas dessa doença também são similares: febre alta, dores no corpo e manchas vermelhas com coceira intensa. O que diferencia a chikungunya das demais é que geralmente ela provoca uma dor forte nas articulações que dificulta até atividades rotineiras, como escovar os dentes. Em fases agudas, os sintomas podem perdurar por mais de 90 dias.

Segundo a Subsecretaria de vigilância em saúde do estado, o aumento do número de casos de chikungunya já era esperado, já que a doença é relativamente nova no Brasil, por isso quase toda a população está suscetível ao vírus. “Isso acende um sinal de alerta para a prevenção, mas não pode ser comparado à dengue", afirmou o subsecretário de vigilância de saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe.

Infestação

Uma das respostas para o preocupante número de casos da doença em Nova Friburgo pode estar no Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (Liraa) realizado em janeiro deste ano. É que a sondagem apontou 1,9% de infestação do mosquito no município. O número pode parecer insignificante, mas não é. Isso porque, de acordo com as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue e outras doenças causadas pelo Aedes, lançada em 2009, a porcentagem acima de 1% já é considerada alerta.

Esses parâmetros para classificação de infestação pelo Aedes aegypti também consideram dados abaixo de 1% satisfatórios e acima de 3,99%, como risco. O próximo Liraa está previsto para acontecer em maio, conforme calendário pré-estabelecido pela Secretaria estadual de Saúde.

Prevenção

Ainda não há no Brasil uma vacina para combater os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Por esse motivo, a prevenção se torna ainda mais necessária e pode ser mais simples do que se imagina. A Secretaria de Saúde realiza trabalhos contra o Aedes durante todo o ano, através das ações de combate ao vetor da doença em pontos estratégicos, orientações e realização de visita domiciliar.

Mas a população também pode e deve ajudar nesse combate. "É importante que o cidadão reserve dez minutos por semana para vistoriar seu ambiente doméstico e eliminar todo e qualquer recipiente com água parada e evitar, desta forma, a proliferação da doença”, alertou a subsecretária de Vigilância em Saúde do município, Fabíola Braz Penna.

Para casos de denúncia de locais com água parada a população pode entrar em contato com a Vigilância Ambiental pelo telefone (22) 2543-9263. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 17h.

 

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TAGS: saúde