O Canto de Jaburu é o canto de todos nós!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Embarcar na estação Light é como visitar uma grande exposição de artes, olhar tudo, e não saber por onde começar a descrever os objetos contemplados. “Oxente”, isso é o próprio “desassossego” da escrita! A abrangência do tema me lembrou, lá pelos anos 90, quando meus sobrinhos de São Paulo vinham passar férias aqui. Havia sempre o momento de conflitar (no bom sentido) os modos de expressão.

E a contenda começava sempre porque eles pediam “bolacha” e nós tínhamos biscoito. O verbo “botar” era abominado por eles, que diziam – “Tia, quem bota é galinha”. Tamanha era a discussão, que no meu dicionário já estava grifado – “galinha poedeira, a que põe ovos”.

A professora Kelly Cristine ressalta – “A língua é o que se faz todo dia, a todo instante e garante a comunicação verbal entre as pessoas”. Contudo, os preconceitos ainda impõem regras e ao mesmo tempo em que se tenta estabelecer um padrão impossível, há uma facilidade incrível de se adotar o estrangeirismo, no desejo de “scanear” um americanismo universal.

No que tange ao sotaque, esse então é fantástico! Conheci uma trovadora de Santa Catarina que dizia “lete quiente”, invertendo a posição dos is. Mas que coisa interessante é o sufixo - eiro, “formador de profissão”. Não é à-toa que o brasileiro é tão trabalhador. Aconselho que a presente edição do Light integre o acervo cultural de cada leitor para futuras consultas. Uma obra prima de caderno!

Indo adiante, vamos dar uma passada na Rua General Osório e estudar as possibilidades de mão dupla. Qualquer mudança causa espanto e me lembrei de quando a Avenida Euterpe Friburguense passou a ter mão única. Foi um deus nos acuda. A Supercopa SAF 2016 começou com força total e a tabela dos jogos mostra que os times da terra não brincam em campo.

Enquanto o futebol se organiza, em A Voz do Rio, o disparate de o governo querer 10% do salário de todos os funcionários – ativos e inativos. Paga o justo pelo pecador! Contudo, as finanças já não iam bem em “Há 50 Anos”, quando nossa prefeitura atrasou o pagamento do funcionalismo, coisa que “a opinião pública esperava não mais acontecer  com o advento de César Guinle na chefia da diretoria da fazenda”.

A poluição visual – “um mal que não acaba” – Assim o editorial lança um alerta sobre o descaso com a apresentação de alguns pontos da cidade, contrastando com a “beleza de nossa natureza”. O problema “não é só ambiental, é cultural”. Acorda gente! Na nova diretoria da Acianf, muitos nomes de ilustres da cidade. Entre eles, Sérgio Tadeu Miranda – meu coleguinha do Grupo Escolar Ribeiro de Almeida.

Falando em amigos, o Massimo trouxe a boa nova do movimento que foi criado para homenagear o inesquecível João Carlos C. Teixeira. É isso mesmo, o prefeito já deu o sinal positivo e está formado o “Grupo Amigos do João”. Em breve vamos agitar as homenagens a esse ilustre friburguense que tanto fez pela educação e a arte em Nova Friburgo.

O debate do momento é a extinção do Ministério da Cultura e a página de Impressões aborda o tema de forma abrangente, dando voz a personalidades que entendem do assunto. A medida amedronta e o verbo “Temer”, por si só, anda fácil de ser conjugado, tamanho os desarranjos da política nacional. Vamos aguardar o passar da carruagem; depois que a poeira baixar a gente vê o resultado. O povo não mais será engambelado. A cultura é o alicerce da existência. Se fraquejar, o povo cai!

Viajar em A VOZ DA SERRA é tentar condensar o jornal de fim de semana numa folha A4. Vira e mexe, eu paro e penso – não dá! É muito conteúdo, tudo é relevante demais. Aí me deparo com a página 7 - Canto do Jaburu - "esse ser múltiplo e singular". O que resumir quando tudo é imprescindível? "Liberdade, liberdade" para escrever, mas a folha se esvai como seguiu o pássaro para outras dimensões.

Talvez, seja melhor aprender com ele, que nos deixou um legado de exuberância cultural e de simplicidade, ao mesmo tempo – Não se fala em Jaburu sem que a alegria tome conta do espaço. O canto de Jaburu é festivo! "É ótimo falar abobrinha também". 

TAGS:
Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.