Ciclovia, trem turístico, progresso

Com esse friozinho que chegou para o feriado, um casaquinho de veludo molhado vai bem, indicação de Fábio Monnerat. No Caderno Z é assim – você se veste, revisa o carro com Márcio Madeira, escolhe os filmes que Leo Arturius sinaliza tão bem. Tem Ricardo Lengruber, com suas reflexões e Antonio Fernando nas melhores “Impressões” do mundo. Você fica Zen de conhecimentos. A matéria de capa não poderia ser outra, pois, com o Dia do Trabalho numa bela de uma segunda-feira, bom é se atualizar com as profissões em alta, porque as “em baixa”, aos poucos, vão sucumbir.

Gostoso é acompanhar a história da Acianf, no Caderno Z. Sua fundação em 16 de dezembro de 1917, às 14h30, no Teatro Dona Eugênia, contou com a presença de “57 membros da sociedade friburguense”. O grupo estava tão comprometido com seus ideais que em 4 de maio de 1919, a entidade, por meio de um empréstimo de “oito mil contos de réis”,  adquiriu sua sede, na Rua General Argolo, hoje Avenida Alberto Braune. Quantos significados na contemplação da fotografia da família do primeiro presidente da Associação. Num tempo em que fotografar era um ato muito solene.  

A Associação Fluminense de Preservação Ferroviária está andando na linha de um grande sonho – “resgatar parte da longa tradição ferroviária regional”. O sonho vai mais além com a criação de um “circuito turístico sobre trilhos”. A Associação, formada por pessoas altamente gabaritadas em assuntos ferroviários, realizou uma proveitosa reunião na Academia Friburguense de Letras, na última sexta-feira, festejando, inclusive, o Dia Nacional do Ferroviarista, 30 de abril. Parabéns a todos.

David Massena, o arauto das boas novas, anuncia que Martinho da Vila será enredo da Escola de Samba Unidos do Perouche para 2018, fato que poderá levar muitos friburguenses para o carnaval em São Paulo. Martinho merece a homenagem, mas, quem for pra lá, que vá num pé e volte no outro, porque aqui o carnaval também vai esquentar nas folias dos 200 Anos. Aliás, 2018 será pura adrenalina – Bicentenário, Copa do Mundo e Eleições. Aguenta coração!

Já pensou chegar ao Bicentenário pelas vias da consolidação de uma ciclovia? O sonho é antigo e promete pedalar até que seja realidade, fato que alimenta a esperança de ciclistas friburguenses. João Gabriel dos Santos, por exemplo, relata a dificuldade que é transpor o Paissandu e ressalta que, às vezes, é preciso “ir pela calçada”. Outro perigo, pois na calçada os vulneráveis são os transeuntes. Vamos agitar a ciclovia, minha gente. Vai ser bom pra todo mundo!

Um recado muito carinhoso para Massimo – Parabéns pelas pegadinhas dos desafios das fotos. São detalhes com os quais convivemos no dia a dia e não nos damos conta de seus significados e belezas. Simplesmente adorável! Mas, vamos dar uma passadinha em “Há 50 Anos”? Havia falta de remédios e de leite no “Centro de Saúde e nos postos distritais do município” e o governador Geremias Matos Fontes fora indagado sobre o fato.  Com o título – “Donos do dinheiro”, o Editorial disserta sobre os lucros dos bancos que “continuam dando as cartas na economia brasileira”. Com tanta lucratividade, os bancários ainda precisam fazer greve em defesa de seus interesses.

Ao mesmo tempo em que é bonito observar as obras às margens do Rio Bengalas, fica aquele sentimento de pesar por tantas casas a serem demolidas. É fácil mensurar o tempo e as dificuldades que seus “proprietários” tiveram que vencer para que se tornassem moradias. Agora, vem o trator e, num piscar de olhos, põe tudo abaixo. É poeira que levanta e nostalgia que se espalha. Um ditado diz que onde uma porta se fecha, o destino abre uma janela com horizontes ainda mais bonitos. Que assim seja para todas as pessoas que tiveram de abandonar suas casas. A vida requer o desafio constante das mudanças. Como canta Lulu Santos – “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...”. Avante, pessoal. Há muito céu azul atrás dessas montanhas!