Vamos falar de fanatismo: Botafogo

sexta-feira, 06 de janeiro de 2017

Estamos de volta, galera! Depois de um tempinho longe da coluna para aproveitar um período de férias, a gente começa 2017 com todo o gás para falar de esporte. E, como escrever é algo em que eu sou verdadeiramente viciado, o tema deste primeiro texto do ano é o fanatismo.

Vamos nos apegar ao futebol. Desde o início do ano, é comum tornarmos essa ligação com os clubes de coração mais intensa, seja pela expectativa pelo início dos campeonatos ou pelas notícias que surgem, dia após dia, sobre negociações e futuras contratações. Mas essas novidades e as derrotas e vitórias tão comuns no mundo esportivo, por muitas vezes, influenciam no cotidiano do torcedor de uma forma que nem ele mesmo perceba. O psicólogo Genaldo Neto explica essa relação entre a ligação entre o torcedor e o fato de se acompanhar um clube de forma tão intensa. E olha que essa história é antiga...

— Para começar a falar do fã ou fanático por futebol/esporte, é necessário entender que na essência dos esportes já havia a relação de guerra (por isso dois nomes arqueiro, ponta de lança, etc). Uma competição era tratada como de vida ou morte. De certo modo, o fã vivencia isso da mesma forma, pois através das vitórias e derrotas do esporte, ele consegue elaborar questões relacionadas ao Eros e Thanatos (instintos de vida e morte, segundo Freud). Fica mais fácil elaborar a perda de um time que a própria perda, um desemprego, luto, etc. Além da elaboração da perda também há o processo de identificação das massas. Com isso, o sujeito para ser aceito em um grupo específico toma atitudes que esse grupo também toma, havendo uma despersonalização do sujeito agindo conforme a grande massa.

Trocando em miúdos, a gente consegue fazer com o que nos realizemos por intermédio dos nossos times, não é mesmo? Quando ele vence e conquista algum título nos sentimos plenos, como participantes de uma grande festa. Mas olha, quando perde... Por vezes demorava para dormir após um revés inesperado do meu time. Acaba que só quem torce mesmo sabe, é uma das coisas que só quem é apaixonado mesmo sabe.

Hoje vamos conhecer o exemplo de um torcedor que, de fato, vive o time. Vem com a gente!

Max Bill: Um abraço apertado ao Botafogo

Um dos torcedores que mais veste a camisa e que faz cada gota de suor valer a pela pelo que ele considera o ''maior amor imaterial'', Max Bill é sócio proprietário do Alvinegro da Estrela Solitária e um dos idealizadores do projeto ''Abrace o Botafogo'', que tem o objetivo de angariar mais sócios para o Glorioso. Ainda propicia a chance dos botafoguenses terem contato com os grandes ídolos nos eventos que organiza. Um dos exemplos foi a visita de Loco Abreu, que esteve em Nova Friburgo no fim de dezembro. Era impressionante a alegria de Max e dos torcedores! Nem precisa dizer o quanto ele é fanático. Aliás, o Botafogo está em primeiro lugar na vida dele, que começou a ir para Caio Martins assistir aos jogos escondido dos pais, rs.

-— O Botafogo é prioridade na minha vida, bem como da minha família. Meus compromissos são marcados de acordo com a tabela de jogos do Botafogo.  Apenas o Botafogo é capaz de despertar certos sentimentos. Da euforia incontrolável de uma vitoria às lágrimas de uma derrota. Ser Botafogo é escolher um destino e dedicar-se a ele. Não se pode ser Botafogo como se é outro clube: Você tem que ser de corpo e alma. - conta Max, que relata parar de usar camisas para presentear outros torcedores.

Na semana que vem a gente volta, com mais um exemplo de fanatismo!

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    Max Bill ao lado do campeão brasileiro de 1995 pelo Botafogo, Gonçalves

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    Wagner, que fez história no gol Alvinegro, participa do evento Abrace o Botafogo

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