Bergamo, cidade medieval próxima a Milão

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O calor continua insuportável e soube, por um casal de amigos, que aqui em Chambéry, na França, onde vim passar o fim de semana, a temperatura, na segunda-feira, chegou a 45 graus. Na realidade, juntei a fome com a vontade de comer, pois além de visitar os amigos que fizemos em 2011 e 2013, vou tentar instalar um novo programa no meu computador de 10,5 polegadas. Como está com o Windows francês XP Professional, que foi desativado, preciso saber se o Windows 8.1 pode substituí-lo e, caso positivo, instalá-lo. No Brasil isso é impossível, pois utilizamos o programa em português e esse não pode ser instalado no meu PC porque meu teclado não segue o padrão americano, sendo adaptado ao idioma francês.

Fiz um trajeto diferente, pois queria desde há muito conhecer o túnel do Mont Blanc que liga a cidade francesa de Chamonix a Courmayeur na Itália. Foi aberto à circulação em julho de 1965 e tem 11,6 quilômetros de extensão, numa única galeria no sistema de mão dupla. Valeu a pena, pois o visual do lugar é de encher os olhos.

Antes, porém, fui conhecer Bergamo (Bergamè em italiano) há 51 quilômetros de Castenedolo, onde estou morando. É uma cidade com cerca de 120.000 habitantes, capital da província de Bergamo e situada na Lombardia, na planície do rio Pô. Em população é a quarta cidade dessa região e fica a 50 quilômetros de Milão.

Ela é dividida em duas partes, a cidade alta, originária da idade média, e a cidade baixa, seu centro econômico e administrativo. Como muitas cidades da sua época, a parte alta é cercada por uma muralha de cinco quilômetros de extensão, com a pretensão de torná-la intransponível aos invasores. O acesso era através de quatro portas, normalmente situadas nos quatro pontos cardinais. A sua construção teve início em 1561. Juntamente com Ferrara, Lucques e Grosseto, ela é uma das quatro cidades italianas a conseguir manter a integridade dessas muralhas por séculos.

Entre os vários pontos turísticos da cidade vale a pena uma visita à Basílica de Santa Maria Maggiore, cujo interior é muito bonito, com vitrais multicoloridos e pinturas por toda a sua abóbada, além de uma imensa tapeçaria policrômica, com a representação de várias cenas bíblicas. Ela abriga ainda o túmulo do músico Gaetano Donizetti, compositor de óperas, nascido na cidade em 27 de novembro de 1797 e falecido em 8 de abril de 1848. Chama a atenção ainda o imponente confessionário em estilo barroco.

É muito interessante também uma visita às escavações do antigo fórum, assim como à capela da Santa Cruz em formato cilíndrico. Próximo a ela está a via Arena, uma das ruas mais antigas do local, aliás, esse nome se deve à presença de um anfiteatro romano situado nas proximidades. Para quem tem tempo, existe uma área arborizada e ajardinada muito grande, de onde se tem uma vista da cidade e de suas várias torres de igrejas e do casario antigo. Em dias de calor forte é um lugar agradável para um pequeno descanso.

Outra curiosidade é a presença da Torre Cívica ou do grande sino que ainda soa as cem badaladas, todas as noites às 22 horas, anunciando o fechamento dos portões.

Na antiga praça pública existe um funicular que liga a parte alta à parte baixa de Bergamo; ali se encontra também o Bar Funicular, com vista panorâmica e onde se pode beber um chope (birra spina) bem geladinho.

Por ser a sede de uma das religiões mais conhecidas do mundo ocidental e cuja presença está intimamente ligada a sua história, haja igreja na Itália. Seu número nem por sombras retrata a religiosidade do país, pois creio ser idêntica a de outros países que professam religião católica, no entanto, elas são muito bonitas, num estilo totalmente diferente das coirmãs francesas, da mesma época.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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