Radar — 04/02/2016

sexta-feira, 05 de fevereiro de 2016

Dois indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontam tendência de melhora da situação do mercado de trabalho. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que busca avaliar o comportamento do mercado de trabalho para os próximos meses com base em entrevistas com consumidores e empresários da indústria e dos serviços, teve alta de 5,4%, ao atingir 73,8 pontos em janeiro deste ano – maior patamar desde janeiro de 2015 (74,2 pontos), numa escala de 0 a 200 pontos.  O crescimento foi influenciado principalmente pelo aumento da satisfação dos empresários de serviços sobre a situação corrente de seus negócios (12,8%) e pelo maior intenção de contratação da indústria para os próximos três meses (7%).

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O outro índice da FGV, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), calculado com base na opinião dos consumidores sobre o mercado de trabalho atual, melhorou 2,7%, alcançando 97,3
pontos. Apesar disso, segundo a FGV, o indicador ainda mostra um grande pessimismo com a situação atual do mercado de trabalho.

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A partir deste ano, os bancos terão de informar à Receita Federal qualquer movimentação financeira mensal acima de R$ 2 mil feita por pessoas físicas. No caso das empresas, o valor será de R$ 6 mil. Com esses dados, o Fisco vai cruzar informações, para verificar se há compatibilidade com os dados apresentados na declaração do Imposto de Renda ou com a movimentação do cartão de crédito. A determinação consta da instrução normativa 1.571 e já é alvo de polêmica. Ações diretas de inconstitucionalidade argumentam que a lei infringe o direito ao sigilo de dados, garantido pela Constituição.

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As vendas de eletrodomésticos da linha branca, como fogões geladeiras e lavadoras, e de eletroportáteis, que reúnem equipamentos menores como cafeteiras, liquidificadores, por exemplo, decepcionaram no ano passado. Entre janeiro e novembro, o faturamento no varejo de equipamentos da linha branca caiu 11% em comparação como mesmo período de 2014, segundo a empresa de pesquisa GFK. Nos eletroportáteis, o recuo foi de 3% na receita, nas mesmas bases de comparação. Na linha branca, essa foi a primeira queda nas vendas em seis anos, segundo Oliver Römerscheidt, diretor da consultoria, que audita as vendas no varejo mensalmente. Os dados da Eletros, que acompanham o mercado pelo número de unidades vendidas da indústria para o varejo, apontam para a mesma direção. Segundo a associação que reúne a indústria do setor, as vendas da linha branca caíram 14% de janeiro a setembro de 2015 em comparação com igual período de 2014. Nos eletroportáteis, a retração foi maior, de 18%.

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O movimento dos consumidores nas lojas de todo o país caiu 9,6% em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, e 1,1% sobre dezembro de 2015. De acordo com a pesquisa Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, a queda foi a maior já registrada no comércio varejista, desde desde abril de 2002, quando houve retração de 11,2% sobre o mesmo mês de 2001. Os economistas da Serasa Experian atribuíram essa retração às projeções de desaquecimento na economia. “Juros altos, desemprego em ascensão e inflação elevada, que afetaram negativamente o comércio no ano passado, ainda continuarão presentes em boa parte do ano de 2016”, justificaram eles.

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Na comparação de janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado, apenas o segmento de combustíveis e lubrificantes apresentou avanço, com crescimento de 3,8%. No setor de veículos, motos e peças foi constatada queda de (-20,4%) e nos demais setores foram registradas as seguintes oscilações: tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-15,3%); móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática (-13,1%); supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-6,7%) e material de construção (-2,4%).

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O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, informou ontem que o estado pode receber R$ 3,5 bilhões de ajuda do governo federal para cobrir perdas. O dinheiro equivale à estimativa de queda da arrecadação de royalties do petróleo, após a baixa do preço da óleo no mercado internacional. Em 2015, o preço do barril caiu de cerca de US$ 100 para US$ 40. Em conversa com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Pezão explicou que a primeira parcela, de R$ 1 bilhão, sairá assim que Assembleia Legislativa do estado aprovar o uso dos recursos e será usada para cobrir déficit do fundo de previdência dos servidores, o Rioprevidência, que está em R$ 12 bilhões. 

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