Uma catástrofe anunciada

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A história da humanidade é marcada por grandes acontecimentos, que remontam a tempos que nossa memória é incapaz de atingir. Sem a ajuda de estudiosos como os paleontologistas e arqueologistas, seria impossível que tivéssemos os conhecimentos que temos hoje a respeito do nosso passado. Por que os dinossauros e outras gigantescas criaturas desapareceram e por que nós humanos ainda estamos por aqui são perguntas que mesmo com o auxílio destes estudiosos ainda não conseguimos responder de modo satisfatório. Que catástrofes aconteceram milhares de anos antes de nosso aparecimento no planeta? Será que ainda virão outras, e que nos atingirão diretamente, será que nossa espécie terá um fim como outras tiveram? São muitas perguntas como esta que permanecem no ar, e para as quais ainda não dispomos de uma resposta satisfatória, mas apenas de suposições. Um especialista em sobrevivência afirmou muitos anos atrás, que em caso de uma guerra nuclear, pouquíssimas espécies sobreviveriam e citou entre elas os cupins, que permaneceriam dentro de suas casas abaixo do solo até que os níveis de radioatividade ficassem dentro da normalidade. Nós, humanos, já enfrentamos um grande número de epidemias, causadas por micro-organismos totalmente invisíveis ao olho nu, mas mortíferos em sua agressividade. Podemos citar a chamada Peste Negra, que dizimou milhões na Europa e em outras partes do mundo. Mais recentemente, a Gripe Espanhola, que matou mais de vinte milhões de pessoas ao que se sabe. Enfrentamos epidemias de tuberculose, de sarampo e outras muitas. Com a descoberta, meio por acaso, da penicilina, o primeiro antibiótico conhecido, conseguimos mudar o curso da história e enfrentar com sucesso as bactérias causadoras da morte de outros tantos milhões de pessoas pelo planeta. O aparecimento das vacinas foi também um marco na nossa história, e até hoje nos permite enfrentar também com êxito diversas doenças de modo muito inteligente. A medicina, pouco a pouco, foi descobrindo como desenvolver novos tipos de antibióticos, através da modificação das moléculas, e nos dando uma proteção cada vez maior. Contudo, as criaturas que combatemos com estas armas formidáveis, conseguidas a duras penas, também possuem sua forma de inteligência e em sua batalha pela sobrevivência, e conseguem também modificar seus organismos e aprender a sobreviver aos nossos antibióticos mais poderosos. Mais grave ainda, transmitem aos seus descendentes a fórmula para se tornarem imunes. O uso sem critérios e abusivo destes medicamentos, por parte da humanidade, seja em humanos ou em animais para consumo, ou ainda em animais como cães e gatos, até mesmo peixes de aquário e pássaros de gaiola, tem feito surgir micro-organismos resistentes aos melhores antibióticos. Nós, médicos, que convivemos todos os dias com este tipo de problema, assistimos com grave preocupação s estes acontecimentos. Será que isto pode ser a catástrofe que vai nos atropelar no futuro próximo?

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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