Febre amarela: a vacina não é para todos

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Além de ter que enfrentar todos os dias notícias sobre a falência de estados e municípios por má gestão e falta de bom senso de seus gestores, além, é claro, da corrupção, sofre ainda mais, o povo brasileiro, com o ressurgimento da temida febre amarela, que tem este nome porque os doentes ficam com uma coloração amarelada na pele devido às lesões que ela causa no fígado.

Transmitida por um mosquito que esteja contaminado, ela é causada por um inseto semelhante ao da dengue, e em poucos dias depois da contaminação, a pessoa começa a sofrer de febre, dores pelo corpo, náuseas e vômitos e inicia uma queda do seu estado geral. É uma doença típica de zonas de florestas e matas, portanto de zonas rurais. Seu alvo mais frequente são os macacos que habitam aquelas áreas, e o mosquito, que se alimenta de sangue, ao picar os macacos transmite para eles a doença e provoca em poucos dias a morte daqueles animais.

É por isto, que o primeiro sinal de alarme para os especialistas em febre amarela, é a morte de muitos macacos nas matas, pois eles são os primeiros alvos do mosquito. Em seguida, as próximas vítimas são os humanos que moram ou viajam por aquelas regiões. A doença é típica de zonas de matas e não de áreas de cidades.

A última vez que se teve notícia de febre amarela numa cidade foi em 1942, numa cidade do Acre. Uma parte do estado de Minas Gerais, com áreas de matas, vem sendo atacada pela doença e colocando em alerta os estados vizinhos, como o Espírito Santo.

Por falta de informação um grande número de friburguenses procura serviços de saúde para receber a vacina, mas esta atitude não é a correta. A vacinação para a febre amarela só é indicada para quem vive nas regiões onde esta doença é mais freqüente ou para quem vai viajar para os locais onde existe o risco da doença.

Me recordo que há muitos anos um grupo de amigos de nossa cidade, viajando em um ônibus de excursão para o interior de Goiás, ao passar por uma barreira de fiscalização foram vacinados, com exceção daqueles que tinham como provar que já haviam recebido a vacina. O risco é para quem mora ou vai transitar pelas regiões de perigo. As vacinas são fornecidas para as pessoas que comprovarem que realmente vão passar por aqueles lugares. A doença é grave e tem alto índice de mortalidade.

A vacina não pode ser dada a todas as pessoas, pois ela é produzida com vírus atenuado, não destruído ou morto como as outras, e por isto, crianças com menos de um ano e idosos com mais de 65 anos , além de todos aqueles que sofrem de doenças graves ou que estejam com resistência baixa correm o perigo de pegar a febre amarela ao serem vacinados. Se for viajar para lugar de risco procure uma unidade de saúde e se informe!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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