A VOZ DA SERRA abraça projeto Meu Bairro Sustentável

Nova colunista, Renata de Rivera, terá espaço sobre sustentabilidade e sobras de papel-jornal serão doadas para reciclagem
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
por Ana Borges
A VOZ DA SERRA abraça projeto Meu Bairro Sustentável

Renata de Rivera tem um sonho: tornar Nova Friburgo referência no quesito sustentabilidade. Ela quer morar num bairro sustentável, numa cidade limpa, num Brasil sem lixo nem poluição onde o povo poderá desfrutar de uma vida saudável. E a isso ela se dedica, tornar realidade esse sonho.

Para ajudar na construção desse caminho, a direção do jornal A VOZ DA SERRA decidiu assumir novo compromisso com a comunidade friburguense, fazendo uma parceria com o projeto Meu Bairro Sustentável (MBS) que tem como objetivo tornar Friburgo uma cidade sustentável. A partir da próxima terça-feira, 22, o jornal abre espaço em seu quadro de colunistas para Renata de Rivera, sobre a questão sustentabilidade, e periodicamente, doar sobras de sua principal matéria-prima,o papel-jornal para reciclagem.  

Formada em gestão ambiental, pós-graduanda em gestão de projetos, carioca radicada em Nova Friburgo há 20 anos, Renata mora em São Geraldo, localidade que serviu como bairro-piloto, ano passado. O projeto é desenvolvido por jovens profissionais de áreas como gestão ambiental, psicologia, enfermagem, engenharia mecânica, fisioterapia e estética. Renata é coordenadora do núcleo Meu Bairro+200 pelo Comitê 200 anos de Nova Friburgo.

O primeiro passo em direção à concretização do objetivo maior do grupo é trabalhar na base da estrutura familiar, através da educação e da conscientização das crianças. Afinal, aqui se aplica bem a máxima de que ‘é de pequenino que se torce o pepino’.

Criança está aberta para o aprendizado, é curiosa, interessada, e tem boa vontade. A partir dela, a comunidade tende a se abrir também, e assim o movimento se amplia naturalmente, no sentido de colocar ações em prática em toda a comunidade.

Entre estas ações estão hortas comunitárias, coletas seletivas, reutilização e permacultura, para gerar verba que serão aplicadas na melhoria da qualidade de vida dos moradores de cada comunidade. E são realizáveis em escolas, associações de bairros, clubes, fábricas, etc.

Renata informa que qualquer pessoa física ou jurídica pode solicitar a implantação do projeto em seu bairro, desde que assuma respeitar o cronograma do projeto. Segundo ela, sua realização só se torna possível com a parceria de empresas de diversos segmentos, que patrocinam as ações e recebem em contrapartida o selo de marketing verde.

Em tempos de engajamento das empresas nas mais diversas causas que visam a preservação da vida, em todos os seus sentidos, nada é custo, tudo é investimento, e no caso, pelo bem comum.  

 “A população está cada vez mais atenta e disposta a consumir apenas produtos de marcas que tenham conscientização ambiental. E, neste caso, em particular, se destacam as empresas patrocinadoras que tornam a realização desse projeto possível”, disse Renata.

Impossível ficar indiferente, impossível não se engajar

“Este é o segundo projeto socioambiental que eu implanto, a partir do zero. O primeiro foi um projeto de eficiência energética pela reciclagem, no qual trabalhei por dois anos e meio. Foi um grande desafio mas também muito estimulante, porque não havia nada parecido em Friburgo. Tínhamos seis pontos de coleta, começamos com o recolhimento de 20 quilos e no final, alcançamos mais de um milhão de quilos de resíduos - plástico, papel, metal e óleo de cozinha, que foram convertidos em mais de 100 mil reais de bônus distribuídos entre os consumidores de energia elétrica. Isso só em Friburgo. Juntando todas as cidades onde atuamos, chegamos a quatro toneladas”, contou.      

Esse trabalho preparou Renata para aplicar as ações que considerou importantes desenvolver em seu bairro. “Antes de mais nada temos que adotar um bairro. Não adianta implantar uma ação aqui, outra ali ou acolá, e não acompanhar seu desenvolvimento. Cada lugar tem suas peculiaridades, mas, de qualquer forma, a essência do projeto, seja onde for, é transformar a nossa cultura, através de ações de sustentabilidade e qualidade de vida, com programas de coleta seletiva, horta comunitária, pomar comunitário e reciclagem de óleo de cozinha”, explicou.    

Mas, não é fácil mudar uma cultura que está enraizada há muito tempo numa sociedade. “As pessoas não têm o hábito de se preocupar com lixo, não acreditam em projetos dessa natureza, acham que não vale a pena separar lata de papel, de vidro, pilhas e baterias, de orgânicos. Com total indiferença, misturamos restos de eletrônicos com alimentos, enfim, tudo que descartamos no nosso dia a dia. Não podemos continuar lidando com essa questão com tamanho descaso, não podemos continuar poluindo rios, oceanos, matas. Já passou da hora de a sociedade, como um todo, se engajar nessa tarefa. Ou agimos agora, ou vamos descobrir muito proximamente, que se continuarmos nesse ritmo, nada sobreviverá”, alertou.      

Renata é enfática: “É muito confortável você pegar seu óleo usado e jogar no ralo. Esse comportamento é inaceitável. O cidadão precisa separar seus resíduos: plástico, metal, papel, óleo, restos de comida, e levar até um ecoponto. Como não fomos educados em relação a isso, crescemos sem nenhuma orientação nesse sentido, hoje pensamos assim: ‘dá muito trabalho fazer isso’. Resultado, o lixo está sufocando o planeta, adoecendo a população, matando os animais. Sabemos onde e como isso vai acabar!”.

O projeto MBS já implantou vários pontos de coleta seletiva e de óleo, em São Geraldo e outros bairros. O resíduo é vendido para o reciclador do bairro e o lucro retorna para a comunidade local, em forma de benefícios definidos pela própria população residente nos bairros. Nos primeiros meses deste ano, de janeiro a março, mais de 700 litros de óleo foram coletados e destinados à reciclagem.

De um círculo a outro, a escolha inteligente

“Todas essas ações precisam de recursos, há custos. Como arcar com essas despesas? A gente não pede às empresas, patrocínio, apoio, pedimos uma troca, sugerimos um termo de compromisso. O nosso apelo é que a empresa saia do marketing tradicional, que é ser visto várias vezes, e adote o marketing social, total ou parcialmente, ou venha para o marketing verde”.

 Renata explica que os empresários podem fazer doação em dinheiro, ou atuar como voluntários, parceiros ou patrocinadores. Se o parceiro é dentista, oculista, comerciante, advogado, ou empresário de construção, trabalha com madeira, ou com qualquer outro material, enfim, seja o que for, sempre poderá contribuir através do seu ofício.    

“O brasileiro, esteja em qual lado estiver, quer saber: o que eu ganho com isso? Então, nossa moeda de convencimento para atrair as pessoas para o projeto, é a troca. De um lado a pessoa faz a coleta seletiva e leva até o reciclador, e do outro, o empresário ou profissional liberal doa produtos ou serviços. Por exemplo, a família que fez a sua parte, pode receber tratamento dentário”, explicou.   

Esse sistema é o que Renata acredita ser a troca do círculo vicioso pelo  círculo virtuoso. “Nossa equipe tem uma meta a alcançar, que é multiplicar os ecopontos por todo o município. São Geraldo está bem servida e seus moradores têm participado ativamente do projeto, assim como os alunos da escola municipal Nair de Araújo. São inúmeras as possibilidades de progresso para cada localidade com a adesão da comunidade, que ganha em qualidade de vida, através dos benefícios para a saúde, educação e lazer”.       

Total coletado em São Geraldo:

1 tonelada de resíduos sólidos (residencial)

720 litros de óleo (3 meses)

Desejável: 20 toneladas por semana

Estimativa de lucro: R$ 2.500 por semana

R$ 10.000/mês em venda de resíduos sólidos e óleo

+ venda de mudas + venda de húmus + venda de produtos de

oficinas + feira orgânica + produtos do site (camisas, bonés,

carteiras, composteiras… todos com selo MBS)

Obs.: quantidade de lixo produzida por hab/dia: 1kg

20.000 pessoas = 600.000 kg/mês

De onde se conclui que: “Lixo é dinheiro!”

Para conhecer o projeto, acesse:     

Equipe Meu Bairro Sustentável

Contato: (22) 9 9938 3408

E-mail: meubairrosustentavel@outlook.com

Facebook: facebook.com/meubairrosustentavel

Site: meubairrosustentavel.site.com.br

 

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TAGS: Meio Ambiente
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