Unidos da Saudade aposta no “Diamante das Minas Gerais” para conquistar mais um título

Elemento cenográfico secreto promete ser a grande surpresa da agremiação roxa e branca
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
por Karine Knust
(Fotos: Henrique Pinheiro)
(Fotos: Henrique Pinheiro)

A cultura mineira vai invadir a avenida neste domingo, 26. Primeira a entrar na passarela, a Escola Unidos da Saudade promete abrir a noite de desfiles com muita animação e encantamento, apresentando cor, efeitos artísticos e, claro, muito samba no pé. Com carros que chegam a quase 10 metros de comprimento, a detentora de 21 títulos, dentre eles o de 2016, garante que não deixará a desejar esse ano. De acordo com um dos carnavalescos da Saudade, Rafael Éboli, o público vai se surpreender.

“O artista Eduardo Bueno foi o responsável por criar um elemento cenográfico fascinante. Todas as alas foram carinhosamente elaboradas e estão lindas, mas nossa grande aposta e surpresa, com certeza, é a comissão de frente”, conta o carnavalesco.

Nos últimos anos, inclusive, a escola tem apostado em história para ganhar a preferência do público. Se em 2016, por exemplo, o samba-enredo abordava a história dos alimentos, este ano, eles investem na cultura de Diamantina, cidade mineira que abrigou Chica da Silva.

“Sempre procuramos trazer histórias para agregar conhecimento ao povo. Por isso, realizamos diversas pesquisas, consultamos historiadores. Para esse ano, ficamos encantados pela história da Estrada Real, mas ficava muito difícil abordar esse assunto no tempo de desfile que temos. Então, optamos por escolher uma das cidades por onde passava a Estrada Real e a história de Chica da Silva foi nosso fio condutor para chegar a Diamantina”, explica Rafael, acrescentando que “o trabalho cenográfico está incrível. Temos um carro alegórico, por exemplo, que faz referência a casa de Chica, outro representa o garimpo e a escravidão e muito mais”.

Para levar todo esse samba para avenida, a agremiação investiu mais de R$ 200 mil na confecção de fantasias e carros alegóricos. Ao todo, são 1.200 integrantes, 120 apenas na bateria, 5 alegorias, um elemento cenográfico e 26 alas que abordaram desde a cultura aos grandes nomes da história mineira, passando pela época do garimpo, escravidão e a religião. Até retalhos de confecções e embalagens de quentinhas serão utilizados para agregar beleza ao desfile.

“Nossa intenção vai além de contar uma história. Procuramos encontrar formas simples de abordá-la para que, além de ouvir no samba, o público possa ver a história sendo representada. Acho que esses são os principais diferenciais da Saudade: nossa preocupação em ser fiel a história real e a clareza do nosso desfile. Desde o ano passado temos encontrado muitas dificuldades por conta da crise, mas não deixamos a beleza de lado. Optamos por materiais alternativos, reaproveitamos muitas coisas e, isso tudo, sem perder o efeito que queremos para a avenida”, afirma Rafael.

“Estamos trabalhando muito e temos muita gratidão por todos que acreditam na nossa escola, temos uma comunidade muito participativa, voluntários muito dispostos a servir. Gente que passou noites dentro do barracão só para que tudo esteja pronto para o grande dia. Somos muito gratos a todos”, finaliza o carnavalesco.

A Unidos da Saudade entra na avenida neste domingo, 26, por volta das 20h.

O Samba-enredo

O diamante das Minas Gerais

Viajei pelas riquezas, terra de encantos e belezas
Saudade, vem contar essa história
Arte barroca, herança viva
O belo, o sagrado, a religião
Arquitetura que encantou o mundo
Em seus altares de devoção...
És o diamante das Minas Gerais
Seduzindo aventureiros
Em busca do tesouro, essa terra vale ouro
O braço forte da escravidão
No garimpo sangue e dor
Dão vida ao pequeno arraial
E os filhos deste chão
Transformam a história nacional

Tem JK e Chica da Silva
Escrava guerreira
A pérola negra, rica mulher
A nobre mucama faceira

Na panela tem sabor, a delícia está no cheiro
No mercado vou buscar
Para a mesa de sinhá
É da terra esse tempero
Vem ver, o artesão
É doce a mineira tradição
Desce a purinha, pode chegar!
Tem pão de queijo, meu paladar
Sonhar, com acordes musicais
Pelas ruas da cidade, belos recitais
É festa pro Divino: fé, esperança e devoção
Patrimônio cultural da humanidade
Hoje Diamantina é Saudade

Toca a seresteira, minha escola vai passar
Santo padroeiro a nos abençoar
De roxo e branco reluz meu pavilhão
És meu diamante lapidado de paixão

FICHA TÉCNICA

Fundação: 07-09-1948
Cores: Roxo e branco
Títulos (21): 1957, 1966, 1970, 1971, 1974, 1975, 1977, 1979, 1981, 1984, 1986, 1993, 2000, 2003, 2004, 2007, 2010, 2012, 2013, 2015 e 2016
Enredo 2017: O diamante das Minas Gerais
Presidente: Carlos Henrique Pereira
Carnavalesco: Raphael Éboli e Lucas Mello
Diretor de Carnaval: Denilson Wenderosck
Diretor de Harmonia: Mirian e Eliete
Mestre de Bateria: Vandinho
Rainha: Ana Paula Magalhães
Musa: Sueli e Tatiane
Casal Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Douglas e Cassiane; Bryan e Renata
Compositores: PV, Marlon Caetano, Gabriel Tenente, Breno Raze
Intérprete: Guto
Carro de som: Diego, Edinho Melodia, Sônia, Thiago, Gabriel, Paulo Vitor (arranjos e base), Cauã Velozo (cavaco cinco cordas solo) e Diguinho (violão sete cordas)
Classificação em 2016: 1º lugar
Ordem do desfile:
Horário: 20 – 21h15
Carros alegóricos: 5 (mais um elemento cenográfico)
Alas: 26
Número de integrantes: 1200
Número de ritmistas: 120

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