Tranquilidade de Varginha contrasta com problemas de infraestrutura

A pavimentação precária está entre as principais queixas de quem mora ou trafega pelo bairro
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
por Flávia Namen
Buracos e ruas sem calçamento são comuns em Varginha (Foto: Henrique Pinheiro)
Buracos e ruas sem calçamento são comuns em Varginha (Foto: Henrique Pinheiro)

Localizado a cerca de oito quilômetros do centro de Nova Friburgo, o bairro Varginha se destaca pelo clima de tranquilidade que oferece a seus moradores. Isso, entretanto, contrasta com a série de problemas de infraestrutura existentes em vários pontos do bairro, que concentra residências dos mais variados padrões e estilos como a Casa da Gruta, cuja fachada preserva uma rocha onde foi construído um singelo santuário e é um dos pontos peculiares do bairro. A VOZ DA SERRA esteve recentemente em Varginha para saber os problemas que prejudicam o cotidiano da comunidade.

A pavimentação precária está entre as principais queixas de quem trafega por lá. Buracos e ruas sem calçamento são comuns em Varginha e geram situações curiosas. Na parte alta, na Travessa Alexandre de Moura, por exemplo, um grupo de moradores se cotizou e pavimentou a rua por conta própria. “Estávamos cansados de pedir o calçamento e resolvemos nos unir e botar a mão na massa. Nos dias de chuva ficávamos isolados por causa da lama e não conseguíamos subir e nem descer”, disse a moradora Sônia Regina Barros de Jesus, que há nove anos reside no bairro. Já no final da Rua Boy, moradores se queixam que o trecho consta como calçado na Prefeitura, mas está apenas com algumas tampas de bueiro enfileiradas.

A falta de água também está afligindo os moradores da parte alta do bairro neste período de forte estiagem. Várias reclamações têm chegado à redação de A VOZ DA SERRA sobre o problema. “Parece que a nascente do Curuzu secou e quem mora no alto de Varginha está ficando sem água. Enquanto as pessoas sofrem com a falta d’água, as tubulações estão com vazamentos. Outro dia contei cinco deles ao longo da Rua Manoel Alexandre de Moura”, disse o morador Atalino Wenderroschy. Outro morador que pediu para não ser identificado também se queixa do problema. “No Terreirão está todo mundo sem água. Os moradores estão tendo que ir à bica na Praça da Furunfa para pegar água”, reclamou ele.

Outras queixas relatadas pelos moradores são a falta de uma área de lazer, de placas de identificação nas ruas, de manutenção dos bueiros e de limpeza e conservação do bairro. A comunidade também reclama que as lixeiras instaladas recentemente para depósito do lixo são pequenas para o grande volume de sacolas, que acabam sendo colocadas no chão e atraindo insetos e roedores.

Completam a lista de problemas no bairro o mau estado dos pontos de ônibus, a falta de poda das árvores situadas ao redor da creche municipal e de reparos no muro inclinado no início da Rua Oscar Schultz, que oferece risco a quem trafega pelo trecho. “Varginha é um lugar muito bom de se morar, mas precisa de mais atenção. Estamos há uns seis meses sem administrador e acho que isso está ajudando a deixar o bairro em estado de abandono em alguns pontos”, disse uma moradora antiga do local que preferiu não se identificar.

Segundo concessionária, estiagem severa afeta o abastecimento de água

Sobre a falta de água, a concessionária do setor encaminhou a seguinte nota: “Águas de Nova Friburgo informa que a cidade enfrenta hoje a estiagem mais severa desde 2007, atingindo 9,5% dos clientes. Nestas áreas, a qual o bairro Varginha está incluído, a população está sendo atendida por meio de manobras do sistema ou por caminhões-pipa.

Quanto aos vazamentos na Rua Manoel Alexandre de Moura, a concessionária informa que já recebeu essa denúncia em outra ocasião, enviou uma equipe ao local e foram encontradas poças de água na rua, mas que não eram provenientes de nenhum vazamento.”

Prefeitura responde

A reportagem do jornal solicitou uma nota oficial da assessoria de comunicação da Prefeitura a respeito dos problemas relatados pela comunidade. A nota informa que “de acordo com a Secretaria de Finanças, setor de logradouros, a Rua Boy está com paralelepípedos. A comprovação foi feita por imagem de satélite. Em relação à pavimentação, a Secretaria de Obras informa que a Prefeitura pretende pavimentar várias ruas na cidade, de acordo com um cronograma relacionando os casos de maior necessidade. A Usina de Asfalto foi inaugurada recentemente, mas a Prefeitura chegará a todas as localidades. Mesmo assim, o secretário de Obras afirma que a operação tapa-buraco, com asfalto a frio, continua nos bairros.

O Escritório de Gerenciamento de Projetos informou que a associação de moradores deve indicar um terreno para a instalação da área de lazer e parquinho, pois a Prefeitura não encontrou local para realizar essa reivindicação. Feito isso, o projeto poderá ser iniciado.

Quanto a falta de placas de identificação das ruas, manutenção dos bueiros e limpeza do bairro, “a Secretaria de Serviços Públicos informou que, apesar do número reduzido de funcionários braçais, a Prefeitura passa periodicamente pelo bairro. A reclamação sobre as lixeiras deve ser feita diretamente à concessionária EBMA. Caso não seja atendida, a associação de moradores deve abrir processo junto à Secretaria de Serviços Concedidos.”

Em relação às melhorias nos pontos de ônibus, a nota informa que “a reclamação deve ser feita diretamente à concessionária. Caso não seja atendida, o caminho correto é também abrir processo junto à Secretaria de Serviços Concedidos. Sobre as demais reivindicações e a falta de administrador, a nota diz o seguinte: “o representante da associação de moradores deve entrar em contato com a Secretaria de Obras. A Prefeitura não indicará administrador, por isso o caminho das reivindicações, que deve ser feito pelos moradores, é diretamente com as secretarias responsáveis.”

A nota é encerrada dando detalhes sobre o prazo de entrega da nova escola municipal e o destino do antigo prédio. “A nova Escola JK já tem terreno definido, com emissão na posse, e projeto pronto, que está em fase de orçamento para que possa acontecer a licitação, com início da construção em 2016. Sobre o prédio antigo, a previsão é demolir para a construção de uma creche nova através de emendas parlamentares já cadastradas.”

  • A falta de manutenção dos bueiros expõe a comunidade a riscos (Foto: Henrique Pinheiro)

    A falta de manutenção dos bueiros expõe a comunidade a riscos (Foto: Henrique Pinheiro)

  • arias ruas não têm placas de identificação e os moradores recorrem ao improviso (Foto: Henrique Pinheiro)

    arias ruas não têm placas de identificação e os moradores recorrem ao improviso (Foto: Henrique Pinheiro)

  • Este muro inclinado no início da Oscar Schultz ameaça desabar (Foto: Henrique Pinheiro)

    Este muro inclinado no início da Oscar Schultz ameaça desabar (Foto: Henrique Pinheiro)

  • Moradores se queixam do abandono do bairro. No final da Rua Boy, por exemplo, falta capina e pavimentação (Foto: Henrique Pinheiro)

    Moradores se queixam do abandono do bairro. No final da Rua Boy, por exemplo, falta capina e pavimentação (Foto: Henrique Pinheiro)

  • O bairro concentra residências dos mais variados estilos, como a Casa da Gruta, cuja fachada preserva uma rocha onde foi construído um santuário (Foto: Henrique Pinheiro)

    O bairro concentra residências dos mais variados estilos, como a Casa da Gruta, cuja fachada preserva uma rocha onde foi construído um santuário (Foto: Henrique Pinheiro)

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