Saudade exalta seus 70 anos de história em belo desfile

Roxo e branco mostrou luxo e cores desde a comissão de frente até o último carro alegórico
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
por Vinicius Gastin
Carro alegórico da Unidos da Saudade, que contou sua própria história na avenida (Fotos de Marcos Tostes)
Carro alegórico da Unidos da Saudade, que contou sua própria história na avenida (Fotos de Marcos Tostes)

Como resumir 70 anos de história em um desfile de pouco mais de uma hora? A Unidos da Saudade mostrou que é possível. Desde a comissão de frente até o último carro alegórico, boa parte das sete décadas da agremiação foi contada com beleza, luxo e cores. Com um detalhe: sob o olhar e releitura do jovem Lucas Melo, de apenas 20 anos de idade. A flor desabrochou sobre a passarela do samba, e mostrou que no jardim da Saudade floresce mais um grande talento.

Terceira escola a passar pela Avenida Alberto Braune, a escola do Bairro Ypu cantou todo o orgulho nas letras do samba-enredo. Presenças importantes, como a de Esmeredith Mendes, eterna madrinha de bateria, fizeram o público voltar no tempo, desde a fundação da escola. O Enredo “Uma história bordada de amor e paixão” foi contado por 1.200 componentes, distribuídos pelas alas e cinco carros alegóricos, a começar pelas surpresas da comissão de frente. Pierrots, Arlequins e Colombinas faziam aparecer uma enorme bandeira, que se transformava em salão para o bailar do mestre-sala e da porta-bandeira, com direito a efeitos especiais.

A carruagem, adereço que apareceu logo seguida, relembrou a Batalha das Flores, antiga manifestação dos anos 1900 em Nova Friburgo, reunindo diversas famílias tradicionais da cidade, também retratada no abre-alas que trouxe uma bela fonte, água e luz. Douglas e Cassiane, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, vestiu o “doce sentimento da saudade.”

O antigo Morro da Canjica, atual Perissê, foi reproduzido no segundo carro, mostrando a essência de uma típica comunidade: a dona de casa, o varal, o boteco, o churrasco, os animais de estimação e outros detalhes característicos. As baianas vestiram fantasias roxas, luxuosas, para anunciar os setores que contariam alguns trechos da história da Escola.

Show à parte, a bateria de Mestre Vandinho, com 120 ritmistas e alguns intrumentos iluminados, trouxe Sueli Lúcio como rainha e Ana Paula Magalhães como rainha da escola. Os carnavais de 1966 e 1984 e a figura do carnavalesco foram lembrados em alas, e antecederam mais uma alegoria, toda trabalhada em roxo e repleta de estrelas, exaltando a “campeã da década.”

As figuras do mestre-sala e porta-bandeira se transformaram em ala coreografada, e logo depois da velha guarda e de Braian e Renata, segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, a alegoria “Eternamente eu vou te amar” encerrou a bela apresentação.

Setenta anos bem contados e resumidos. A comunidade roxo e branco tem muitos motivos para festejar e celebrar mais um ano na avenida. Contando as próprias tradições e memórias do passado, a Unidos da Saudade escreveu mais um capítulo inesquecível em sua vitoriosa história.

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