Prefeitura quer que Faol devolva 10 ônibus "frescões"

Coletivos com ar-condicionado foram retirados da frota no fim de semana. Medida fere acordo firmado no contrato de concessão
terça-feira, 30 de maio de 2017
por Alerrandre Barros
A fachada da Faol: novo grupo assumiu a empresa (Foto: Arquivo AVS)
A fachada da Faol: novo grupo assumiu a empresa (Foto: Arquivo AVS)

O prefeito de Nova Friburgo, Renato Bravo, determinou que a Friburgo Auto Ônibus Ltda (Faol) traga de volta para o município dez ônibus que foram retirados da frota no último fim de semana. Os coletivos equipados com ar-condicionado teriam sido levados para uma garagem no Rio de Janeiro, onde o novo consórcio que administra a concessionária também atua. "Não vamos tolerar esse tipo de procedimento contra a população e em total desrespeito ao contrato de concessão", disse Bravo em nota divulgada no último sábado, 27.

Na nota, Renato considerou a medida da Faol “descabida” e determinou que os coletivos voltem para a cidade em 24 horas, a partir da notificação da empresa. Nesta segunda-feira, 29, o governo municipal não confirmou se os ônibus haviam voltado para a cidade. A VOZ DA SERRA procurou a empresa, mas não obteve resposta até o fim da tarde.  

Os dez ônibus seminovos estavam em Friburgo desde março, quando a tarifa foi reajustada de R$ 3,70 para R$ 3,95. Na época a Faol ainda estava sendo comandada pelo grupo Real. Segundo a prefeitura, os coletivos foram adquiridos numa contrapartida da empresa ao aumento da passagem. Eles seriam trocados, em breve, por outros 15 ônibus novos e também com ar-condicionado.

"Trata-se de uma grave violação contratual, que de modo nenhum terá o aval da gestão municipal. Os ônibus só sairão daqui mediante a chegada dos novos, em condições superiores aos existentes", reafirmou o prefeito.

A Faol ainda não notificou a prefeitura da mudança no comando da empresa. Conforme A VOZ DA SERRA noticiou com exclusividade neste mês, a concessionária foi vendida para um consórcio formado pelas empresas Coesa, Pavunense e Expresso Recreio, que operam na capital e na Região Metropolitana. A Faol informou que aguarda o fim das negociações para fazer a notificação, como previsto em lei.

Na prática, porém, a Faol está sendo gerida extraoficialmente pelos novos donos desde o dia 15. Uma fonte da empresa disse que o controle da companhia foi transferido para o novo consórcio porque vinha dando prejuízos ao grupo Real, que também opera no Rio e em São Paulo. A venda teria passado dos R$ 50 milhões. O consórcio também assumiu dívidas da empresa e o risco de renovação do contrato de concessão que vence em setembro 2018.  

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