Piloto vai representar Nova Friburgo na Descida das Escadas de Santos

Com apenas 18 anos de idade, Bruno Borher estreia na prova que acontece neste fim de semana
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
por Dayane Emrich
Bruno pratica Downhill desde os 10 anos de idade (Fotos: Divulgação)
Bruno pratica Downhill desde os 10 anos de idade (Fotos: Divulgação)

A Descida das Escadas de Santos é uma das maiores e mais tradicionais competições de Downhill Urbano do Brasil. A prova, que está na sua 15ª edição, foi realizada pela primeira vez no país em 2003 e, pelo segundo ano consecutivo, acontecerá no Morro do Pacheco, em Santos, no estado de São Paulo, neste sábado, 18, e no domingo, 19. Ao todo, são 514 degraus, 600 metros de extensão e desníveis que chegam a 143 metros -- o que equivale a um prédio de nada mais nada menos que 45 andares.  

Para se ter ideia da importância da prova, cerca de 100 pilotos de vários países participam do evento e, entre nomes como os dos espanhóis Javier Guijarro e Joan Vicente, do equatoriano Mario Jarrin e dos brasileiros Wallace Miranda, Markolf Bertchold e Lucas Borba, está o jovem friburguense Bruno Ismerio Borher, de apenas 18 anos.

Apesar de parecer loucura descer de bicicleta uma escadaria íngreme e estreita em pouco mais de 1 minuto, ele está empolgado para o desafio. “A Descida das Escadas de Santos é um evento bem famoso em todo o Brasil. Vai ser uma experiência incrível participar dessa prova, que é tão bem visto no mundo dos esportes e, inclusive, televisionado. Estou muito ansioso e sei que vou sentir muita emoção durante a prova. Isso sem mencionar que estarei ao lado de grandes nomes do Downhill, caras que são inspiração para mim”, disse ele.

Além da preparação física na academia e da alimentação regrada, Bruno realiza treino intensos na bike, procurando pela cidade lugares parecidos com o da prova, ou seja, as escadas. “Geralmente faço treinos em pistas como a do Catarcione, na Catarina e na Praça da Furunfa, no Nova Suíça, por exemplo. Faço um trabalho específico na academia três vezes por semana, treino enduro dois dias e no fim de semana treino downhill, que são duas modalidades de  mountain bike”, explicou.

O jovem friburguense conta também que, embora o recorde da pista seja de 58’895’’ do eslovaco Filip Polc -- que encerrou a carreira de piloto em 2016 -- ele não está preocupado com o tempo. “O Polc é o rei das Escadarias de Santos; sempre está incomodando os brasileiros com seus tempos inacreditáveis. Mas, é a minha primeira vez participando desta prova, então, vou sem muita pressão e com bastante cautela. Mas, claro, espero obter um resultado satisfatório, já que venho me dedicando para isso”, pontuou.

De acordo com Bruno, há algumas formas de participar da Escadarias de Santos: através da Copa Brasil da Confederação Brasileira de Mountain Bike (CBMTB), vencendo o Brasileiro da CBMTB ou sendo sorteado em uma das corridas da confederação. “Eu consegui a minha vaga quando venci o Brasileiro no ano passado, em Minas Gerais”, disse.

Na prova das Escadas de Santos, cada atleta possui uma descida oficial, onde deve sair do alto da pista e chegar ao fim no menor tempo possível, passando por todos os obstáculos. Os treinos são feitos um ou dois dias antes da descida oficial, que acontece neste sábado, 18, e domingo, 19. Na tarde do sábado, são disputadas as eliminatórias de várias categorias da competição, enquanto no domingo, é realizada a final, com os principais pilotos.

Questionado sobre as dificuldades do trajeto, Bruno, que faz parte da categoria sub-30 (Expert), conta também que: “Ainda não conheço o circuito pessoalmente, apenas por vídeos. Mas é bem íngreme, com trechos bem apertados e rápidos. É complicado por ser em escadas, onde qualquer erro pode resultar em um tombo. Vou tentar andar bem, sem me machucar, pois ainda tenho muitas corridas pela frente”, exclamou, acrescentando que, entre as técnicas necessárias, é preciso manter a postura correta em cima da bike, saber onde frear e quando pedalar.

Talento e força de vontade

Não é nenhuma novidade que os atletas brasileiros, especialmente em início de carreira, enfrentam grandes dificuldades para se tornarem profissionais. Quando se trata de modalidades menos tradicionais a situação é ainda mais complicada. É o caso de Bruno, que, apesar do talento e força de vontade inquestionáveis, sofre com a dificuldade  de conseguir patrocínio.

Ele conta que tem o sonho de seguir carreira no esporte, mas que este ano ingressará na faculdade, no curso de Nutrição. “Pretendo continuar no Downhill, mas infelizmente é muito difícil viver do esporte no nosso país. A falta de apoio e patrocínios é o que mais complica”, falou o jovem que, apesar de algumas parcerias com estabelecimentos da cidade, ainda espera por um patrocinador.

Bruno começou a praticar Downhill com 10 anos, após um amigo do pai apresentar o esporte a ele. “Fomos a uma famosa pista da cidade e foi paixão à primeira vista. Desde então nunca mais parei e venho tentando evoluir cada vez mais. Já participei de diversas competições, entre elas estaduais, regionais e a nível nacional, além de algumas corridas em escadas como uma etapa de DHU (Donwhill Urbano) de favelas no morro do Turano, no Rio de Janeiro e o estadual de MTB Enduro”, disse.  

  • Jovem já participou de competições estaduais, regionais e nacionais

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  • Com apenas 18 anos de idade, ele é estreante na prova da Descida das Escadas de Santos

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TAGS: ciclismo | Downhill
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