Pezão: “Corte de custos não afetará projetos em Nova Friburgo”

Em sua visita ao 3º distrito de Nova Friburgo na última segunda-fei ra, 6, o governador Luiz Fernando Pezão mostrou-se otimista em relação à recuperação da economia fluminense — a mais afetada entre todas as unidades da federação pela crise na Petrobras e a queda no preço do petróleo — e assegurou que o corte de gastos não afetará nenhum projeto estadual previsto para a região ao longo de 2015.

Falando com exclusividade para A VOZ DA SERRA, o governador garantiu que importantes investimentos para Nova Friburgo serão mantidos, como o início das obras da tão esperada Estrada do Contorno, canalização do Rio Bengalas, contenção de encostas no córrego Dantas e o Hospital do câncer. Pezão também explicou as razões por trás de seu recente otimismo, e indicou o caminho que o Palácio Guanabara tem adotado para conseguir tapar o rombo no orçamento previsto para 2015.

“O momento econômico do Estado ainda é delicado, mas hoje o problema é muito menor do que se desenhava em dezembro de 2014. Nesse período nós tomamos uma série de iniciativas. Trabalhamos com um déficit previsto de R$ 13,5 bilhões no orçamento aprovado pela Alerj para 2015 e com as medidas que adotamos já foi possível resolver quase R$ 9 bilhões. Ou seja: quase 70% do problema foi contornado em três meses, e agora temos pouco mais de 30% para solucionar nos nove meses que faltam”, argumentou.

Questionado a respeito de quais teriam sido estas medidas, o governador explicou que o Estado concentrou-se em reduzir a inadimplência. “Nós passamos a cobrar com mais intensidade quem deve ao Estado. Tenho me reunido permanentemente com essas instituições, não fiz outra coisa nesses três meses. Reuni os trinta maiores devedores, procurei um por um e estou renegociando os termos dessas dívidas, cobrando, fui atrás dos depósitos judiciais. Muitas dessas empresas tinham depósitos judiciais e o Tribunal de Justiça está nos auxiliando, nos deixou utilizá-los e isso tem sido de muita ajuda. Também é importante observar que o petróleo está se recuperando um pouco com a alta do dólar. O preço do barril chegou a custar US$ 42 e atualmente já está valendo US$ 59, então tudo isso está ajudando a desenhar esse quadro no qual 65% do nosso déficit previsto para 2015 já está praticamente encaminhado para ser resolvido”, explicou.

Perguntado se o ajuste de contas que ainda se faz necessário poderia incluir o cancelamento de investimentos na Região Serrana, Pezão negou essa possibilidade. “A crise está nos obrigando a fazer cortes e ajustes, justamente para que não seja necessário paralisar investimentos essenciais. Não apenas queremos manter as parcerias, como estamos trabalhando para ampliá-las. Como eu disse, esse é um momento difícil, mas muito melhor do que eu vi em dezembro. Eu quero continuar entregando os apartamentos aos desabrigados pelas chuvas de 2011, nós vamos construir o hospital do câncer, realizar as obras de contenção de encostas e também no Rio Bengalas. Eu quero entregar as 103 pontes que nós reconstruímos desde a tragédia, e também vamos realizar a estrada do contorno, que é a última dívida que ainda não começamos a pagar com a população”, encerrou.