Petrobras autoriza 4º reajuste consecutivo e gás pode ficar ainda mais caro

Investigação do Procon diz que não há formação de cartel na cidade
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
por Guilherme Alt
Petrobras autoriza 4º  reajuste consecutivo e gás pode ficar ainda mais caro

Não, não é uma cópia das reportagens de setembro. O gás vai aumentar, de novo. Pelo menos é o que se espera depois do anúncio feito na última terça-feira, 10, pela Petrobras autorizando mais um reajuste médio de 12,9%. O aumento foi calculado de acordo com a política de preços divulgada em junho deste ano e que reflete, principalmente, a variação das cotações do produto no mercado internacional.

Caso o reajuste seja integralmente repassado pelas distribuidoras e revendedoras, o preço ao consumidor final pode subir em média 5,1% ou cerca de R$ 3,09 por botijão, estimou a Petrobras. "Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores", destacou a Petrobras.

Em Friburgo os valores atuais variam de R$ 65 a R$ 75. De sete empresas consultadas, apenas uma deve repassar o aumento para os consumidores friburguenses. O valor atual de R$ 75 pode chegar a R$ 80. As outras seis empresas afirmaram que não tem previsão de reajuste e que, nos últimos três aumentos o dono das distribuidoras optou por não repassar o aumento para o consumidor. Esta é a quarta alta consecutiva, acumulando elevação de 44,8% nos últimos dois meses. O último reajuste ocorreu em 26 de setembro de 2017, quando a previsão era subir o preço em média 6,9%.

Investigação de suposto cartel

Há cerca de dois meses o coordenador do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor de Nova Friburgo (Procon, o advogado André Abicalil, iniciou uma investigação após uma moradora reunir mais de 700 assinaturas a fim de cobrar respostas sobre o motivo de o município ter o preço do gás mais caro do estado e pela falta de opções visto que as distribuidoras cobravam o mesmo valor por um botijão de 13 quilos.

“Das dez empresas notificadas, duas não me responderam – essas empresas serão notificadas já com algum tipo de penalidade por não apresentarem respostas, três não existem e quatro me responderam de maneira satisfatória.”, afirmou o coordenador do Procon. As empresas que responderam ao questionamento foram até o Procon e conversaram com o coordenador. De acordo com eles, não foi verificado nenhum tipo de fraude contábil que justificasse o valor cobrado pelo botijão.

Outro fator importante apresentado pelas empresas é a questão econômica que gerou o alto custo do gás de cozinha. “Quando eles me apresentaram todos os números e eu fui verificando cada um, vi que de fato não chega a ser uma situação de cartel. Por conta do crescente roubo de carga no Rio de Janeiro, os gastos com segurança dispararam no estado e isso se refletiu no preço final do produto para o consumidor. Os problemas climáticos causados pelos furacões nos Estados Unidos também influenciaram muito”, observou Abicalil.

Ele também comentou que o preço inferior cobrado pelo botijão nas regiões próximas a Friburgo deve ser resultado da revenda de carga roubada. “A possibilidade é que essas mercadorias sejam objeto de roubo. Me informaram que o recebimento dessa carga seria fora do horário de fiscalização. Não posso afirmar, mas existe a possibilidade desses lugares participarem de receptação de roubo de carga”, acredita o coordenador do Procon.

 

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