Pesquisa descobre flores raras no Parque Estadual dos Três Picos

Espécies não eram vistas há 150 anos e integram inventário ambiental
sexta-feira, 29 de abril de 2016
por Flávia Namen
 Considerado uma região prioritária em termos de conservação, o parque é famoso pela preservada cobertura vegetal e riqueza animal (Foto: Regina Lo Bianco)
Considerado uma região prioritária em termos de conservação, o parque é famoso pela preservada cobertura vegetal e riqueza animal (Foto: Regina Lo Bianco)

Maior unidade de conservação ambiental administrada pelo estado, com cerca de 3.500 espécies, áreas remanescentes da Mata Atlântica, afloramentos rochosos e nascentes que formam bacias hidrográficas de influência regional, o Parque Estadual dos Três Picos também abriga flores raras que não eram vistas há 150 anos. É o revela o resultado de uma pesquisa de campo feita na unidade, que tem 58.790 hectares e abrange cinco municípios da região: Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Teresópolis e Guapimirim.

O levantamento mobilizou 80 pessoas e é fruto de uma parceria entre a Secretaria estadual de Meio Ambiente, o Instituto Jardim Botânico e o Serviço Florestal Brasileiro para elaboração do Inventário de Espécies Florestais.

Apresentado recentemente pelo secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, o inventário é pioneiro na identificação de plantas e distinguiu 904 espécies da flora endêmica, ou seja, que só existem no estado do Rio de Janeiro.

O levantamento foi feito por profissionais das áreas de engenharia florestal e biológica que, divididos em equipes, percorreram o território fluminense, efetuando medições e coletas de solo, folha, caule e tronco de árvores e de plantas para análise no Jardim Botânico.

No Parque dos Três Picos, os pesquisadores descobriram as seguintes flores raras: Gaylussacia pruinosa; uma orquídea (Hoffmansegella alvaroana); e duas espécies da família Melastomataceae. As quatro estão entre os destaques do inventário, que reúne outras raridades encontradas no estado.

Para o levantamento, as equipes percorreram 960 mil metros quadrados de área e visitaram 260 pontos distribuídos em 79 municípios do estado. Foram efetuadas cerca de oito mil coletas botânicas e 962 coletas de amostras de solo para chegar ao resultado do inventário que, em todo planeta, reúne espécies presentes apenas no território fluminense.

Os dados servirão de base para a Secretaria estadual de Meio Ambiente elaborar uma política de conservação, acompanhamento e fiscalização das espécies ameaçadas de extinção.

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