Pelo quarto mês seguido, empregos com carteira caem em Friburgo

Acumulado do ano na cidade, porém, é positivo. Taxa de desemprego no país recua
terça-feira, 01 de outubro de 2019
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
Pelo quarto mês seguido, empregos com carteira caem em Friburgo

Nova Friburgo fechou o mês de agosto com saldo negativo de empregos com carteira assinada, segundo o último balanço mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia. O saldo negativo de 59 vagas foi resultado de 1.451 contratações contra 1.510 demissões ocorridos no mês passado. Foi o quarto mês seguido cortando vagas no mercado. 

As oportunidades foram fechadas, sobretudo, pela indústria (- 59 vagas), seguido pelo setor de serviços (- 20), administração pública (- 19) e construção civil (- 2). O comércio, por outro lado, abriu 36 vagas formais. O setor agropecuário abriu somente dois postos de trabalho em julho. 

De acordo com dados Caged, agosto foi o quarto mês seguido com saldo negativo de vagas com carteira assinada na cidade: maio (- 36), junho (-50), julho (- 27) e agosto (- 59). No acumulado do ano, contudo, o saldo é positivo. Foram criadas de janeiro a agosto 489 empregos formais no município. Esse número é melhor do que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram geradas 420 vagas.  

Estado abre vagas 

No estado do Rio de Janeiro, a geração de empregos voltou a subir em agosto, após recuar no mês anterior. Foram abertas 11.810 vagas. O setor de serviços foi o destaque, criando sozinho 6.927 novas vagas de trabalho. Também abriram postos segmentos de comércio (+ 2.339), construção civil (+ 1.931) e a indústria (+ 730). Os únicos setores que fecharam vagas foram administração pública (- 76) e agropecuária (- 213). 

Saldo positivo no Brasil 

Já no Brasil, o emprego formal ficou positivo pelo quinto mês seguido. Em agosto, a expansão foi de 121.387 vagas, decorrente de 1.382.407 admissões e de 1.261.020 desligamentos. O resultado é equivalente à variação de 0,31% em relação ao estoque no mês anterior. Foi o melhor agosto no Caged desde 2013.

No acumulado de 2019 foram criados 593.467 novos postos, com variação de 1,55% do estoque. No mesmo período de 2018 houve crescimento de 568.551 empregos, uma variação de 1,50%. Nos últimos 12 meses foram criados 530.396 empregos, uma variação de 1,38%. No mesmo período do ano anterior, o saldo foi de 356.852, representando um crescimento de 0,94%.

“É importante enfatizar que se trata do melhor resultado para o mês de agosto desde 2013”, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo. “Na condição de indicador antecedente, o Caged sinaliza a recuperação gradativa do emprego e do crescimento econômico, após um primeiro semestre repleto de desafios. Na nossa perspectiva, a construção civil é o melhor exemplo da consistência da retomada, com cinco meses consecutivos de saldos positivos de emprego”, declarou.

Taxa de desemprego cai, mas informalidade é recorde

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o país registrou 12,6 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em agosto. O número representa uma queda de 11,8% em relação ao trimestre encerrado em maio, quando a taxa era de 12,3%. O número, no entanto, foi puxado por recorde de trabalhadores informais, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Entre junho e agosto, 684 mil trabalhadores entraram no mercado, totalizando 93,6 milhões de ocupados, o maior número desde 2012. Desse total, entretanto, 87,1% entraram no mercado na via informal. Com isso, segundo o IBGE, 41,4% da população ocupada, ou 38,8 milhões de pessoas, se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser produzido.  

Na pesquisa do IBGE o grupo de informais inclui os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família). A Pnad Contínua avalia o trabalho formal e o informal. Já o Caged só o trabalho com carteira assinada. 

Impactos na Previdência

Adriana Beringuy, analista da Pnad Contínua, afirmou que com o aumento da informalidade, apenas 62,4% da população ocupada contribuiu para a Previdência no trimestre encerrado em agosto. “Há um movimento de queda desde o início do ano. Essa queda pode contribuir com o aumento do déficit da Previdência, já que, com menos gente pagando há menos dinheiro para pagar a aposentadoria de trabalhadores que já saíram do mercado”.

 

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